Na sequência do que já escrevi ontem, parece-me fundamental realçar novamente a importância do tempo que vai ser necessário para a equipa “responder” às ideias do treinador. Com as quais concordo totalmente.
Não vai ser possível de um dia para o outro. Vamos ter talvez para meses.
Mas no FC Porto não há tempo … para ter tempo.
Portanto, vamos (nós adeptos) ter de ser pacientes, e nos primeiros tempos o AVB vai ter de conseguir ir conciliando, aos poucos, uma adaptação crescente às suas ideias com resultados. É a única forma.
Aliás, o Jorge Maia, hoje, escreve um artigo cuja leitura recomendo. Aqui fica:
“Mais agressivo, rápido e pressionante
Há uma espécie de Processo Revolucionário em Curso no Dragão que tem como objectivo final a criação de um FC Porto novo, com a assinatura de André Villas-Boas, uma equipa que encaixe numa definição escrita pelas mãos dele próprio nas páginas de O JOGO há quatro anos: "Futebol é espectáculo e criatividade, mas também é organização, critério e eficácia.."
Ora, como seria de esperar ao fim de apenas duas semanas de trabalho, esse novo FC Porto continua longe de ser uma obra acabada. Ainda se percebem as fundações em que assenta, os quatro anos de rotinas e hábitos que ficaram de herança e sobre os quais se está a construir uma nova realidade, mas também já é perceptível a mudança de estilo, de opções e de personalidade impostas pelo novo treinador. A começar, como teria de ser, pelo treino. Quem os sente na pele evita conscientemente fazer juízos de valor entre o presente e o passado, mas fala em diferenças claras para o que foi a realidade dos últimos anos. A bola é omnipresente, as paragens são escassas, tudo é cronometrado ao segundo, as intervenções do treinador são constantes e a intensidade é sempre alta. De resto, intensidade é uma palavra que pode servir de mote para o futebol pretendido por André Villas-Boas.
Em campo, este FC Porto é mais agressivo, mais rápido e mais pressionante do que o anterior. Em transição defensiva, a intensidade - lá está a palavra outra vez - da marcação é maior e a pressão mais alta, exercendo-se sobre o portador logo no meio-campo ofensivo, procurando a recuperação prematura da bola e impedindo a construção por parte do adversário. De resto, um dos resultados evidentes dessa maior agressividade é o facto de a falta ser uma opção a que se recorre com mais frequência como forma de travar a progressão do adversário. Aliás, esse também não deixa de ser um reflexo natural dos maiores riscos em que o futebol de Villas-Boas incorre, em particular na zona do meio-campo, nomeadamente através da mudança de funções do trinco, a peça-chave do esquema do novo técnico portista. Se antes, o pivô defensivo se limitava a dividir o jogo verticalmente, de um lado ao outro do campo, agora tem a liberdade, mas também a responsabilidade de tentar a penetração, procurando os passes de ruptura e ditando momentos de pressão em zonas mais adiantadas do terreno. Uma nova realidade que exige concentração aos médios interiores, responsáveis pela compensação dessas investidas.
Mas ainda há um longo caminho para percorrer e muitas opções para tomar antes de este ser o FC Porto de André Villas-Boas. A SAD continua a trabalhar no reforço do ataque, há uma defesa quase inteira para definir - os quatro titulares da última época ainda não começaram a trabalhar - e um grupo de trabalho que precisa de emagrecer para poder ser ágil. E esse é o primeiro grande desafio que o novo treinador do FC Porto terá de vencer.“
(conferir aqui)
Não vai ser possível de um dia para o outro. Vamos ter talvez para meses.
Mas no FC Porto não há tempo … para ter tempo.
Portanto, vamos (nós adeptos) ter de ser pacientes, e nos primeiros tempos o AVB vai ter de conseguir ir conciliando, aos poucos, uma adaptação crescente às suas ideias com resultados. É a única forma.
Aliás, o Jorge Maia, hoje, escreve um artigo cuja leitura recomendo. Aqui fica:
“Mais agressivo, rápido e pressionante
Há uma espécie de Processo Revolucionário em Curso no Dragão que tem como objectivo final a criação de um FC Porto novo, com a assinatura de André Villas-Boas, uma equipa que encaixe numa definição escrita pelas mãos dele próprio nas páginas de O JOGO há quatro anos: "Futebol é espectáculo e criatividade, mas também é organização, critério e eficácia.."
Ora, como seria de esperar ao fim de apenas duas semanas de trabalho, esse novo FC Porto continua longe de ser uma obra acabada. Ainda se percebem as fundações em que assenta, os quatro anos de rotinas e hábitos que ficaram de herança e sobre os quais se está a construir uma nova realidade, mas também já é perceptível a mudança de estilo, de opções e de personalidade impostas pelo novo treinador. A começar, como teria de ser, pelo treino. Quem os sente na pele evita conscientemente fazer juízos de valor entre o presente e o passado, mas fala em diferenças claras para o que foi a realidade dos últimos anos. A bola é omnipresente, as paragens são escassas, tudo é cronometrado ao segundo, as intervenções do treinador são constantes e a intensidade é sempre alta. De resto, intensidade é uma palavra que pode servir de mote para o futebol pretendido por André Villas-Boas.
Em campo, este FC Porto é mais agressivo, mais rápido e mais pressionante do que o anterior. Em transição defensiva, a intensidade - lá está a palavra outra vez - da marcação é maior e a pressão mais alta, exercendo-se sobre o portador logo no meio-campo ofensivo, procurando a recuperação prematura da bola e impedindo a construção por parte do adversário. De resto, um dos resultados evidentes dessa maior agressividade é o facto de a falta ser uma opção a que se recorre com mais frequência como forma de travar a progressão do adversário. Aliás, esse também não deixa de ser um reflexo natural dos maiores riscos em que o futebol de Villas-Boas incorre, em particular na zona do meio-campo, nomeadamente através da mudança de funções do trinco, a peça-chave do esquema do novo técnico portista. Se antes, o pivô defensivo se limitava a dividir o jogo verticalmente, de um lado ao outro do campo, agora tem a liberdade, mas também a responsabilidade de tentar a penetração, procurando os passes de ruptura e ditando momentos de pressão em zonas mais adiantadas do terreno. Uma nova realidade que exige concentração aos médios interiores, responsáveis pela compensação dessas investidas.
Mas ainda há um longo caminho para percorrer e muitas opções para tomar antes de este ser o FC Porto de André Villas-Boas. A SAD continua a trabalhar no reforço do ataque, há uma defesa quase inteira para definir - os quatro titulares da última época ainda não começaram a trabalhar - e um grupo de trabalho que precisa de emagrecer para poder ser ágil. E esse é o primeiro grande desafio que o novo treinador do FC Porto terá de vencer.“
(conferir aqui)
.
.
P.s. - Relembro que até Robson e Mourinho precisaram de 6 meses. E tiveram a vantagem de ser "na época anterior".
11 comentários:
touché.
falei exactamente disto hoje de manhã: http://porta19.blogspot.com/2010/07/exigencias-mais.html
um abraço e mais uma vez parabéns pela habitual clarividência nas análises!
Jorge
Porta19
Claro que é preciso tempo, mas no F.C.Porto não há tempo para ter tempo e portanto é preciso agilizar, definir quem fica, quem sai e começar a trabalhar com um grupo mais pequeno, começar a formar uma equipa. Uma boa entrada é importantíssima.
Contra a Sampdoria acho que já se vai ver mais qualquer coisa...
Um abraço
Concordo mas partilho da ideia do Vila Pouca,é urgente definir o plantel o mais rápido possível,entradas,saídas,permanências...espero que no Domingo tudo isso esteja mais definido e claro.Isso tem mesmo que ser...
No mais,é verdade que a máquina vai demorar alguns meses até estar a 100%,mas não pode demorar alguns meses até estar a um nível suficiente,quer dizer,até lá,importa ir ganhando...
Parece-me algo perigoso subirmos demasiado a parada para o início da época. Especialmente para dia 7 de Agosto.
É que nesse caso, caso corra menos bem, temos logo ... o fim do mundo.
Penso que o mais importante é o campeonato. E aí, nos primeiros tempos, temos de ser eminentemente resultadistas.
Até para depois termos mais confiança a jogar e para colocar em prática mais facilmente as ideias do mister.
Repito, até Mourinho e Robson precisaram de 6 meses.
AVB não vai ter nem metade ...
Pois Situacionista,preocupa-me que,caso as coisas não comecem a correr logo bem,caia tudo em cima de André Villas-Boas...
Barba,
Perdão ..., mas teve de ser.
Post muito bom !!!! Este é o tema dos próximos tempos, é o busílis...
O sistema de jogo é diferente, na medida em que considera "pressão alta", novas funções para o Trinco ("sair" com a bola...), requer tempo, requer preparação e temos contra nós o facto de:
1) O AVB é muito novo, não tem "curriculum" que sustente a sua manutenção no caso dos primeiros resultados não serem satisfatórios... A contestação poderá fazer com que não aguente a pressão... Daí que a Supertaça é um jogo muito importante, por ser o primeiro, por ser contra quem é, admitindo-se eventualmente a derrota desde que a equipa apresente atitude, empenho, luta e que não seja humilhada, quer em termos exibicionais quer em termos de resultado... E de seguida os 1ºs jogos do campeonato que até nos foram favoráveis em termos de sorteio e que, independentemente das exibições, serão fundamentais os (bons) resultados...
2 - A preparação para ser bem sucedida deverá contar o quanto antes com o grupo definitivo, daí que todas as "mexidas" deverão ficar clarificadas o quanto antes...
Saudações
Enviar um comentário