A minha decisão sobre a continuidade de VP

Tenho andado numa roda viva que não me tem permitido escrever este post. Que exige, pelo melindre do assunto para muitos, alguma ponderação na abordagem. Daí o atraso em relação ao prometido (e, ainda assim, vai com alguma ligeireza).

Apesar de ter a minha opinião formada há já uns tempos (semanas). E não me refiro a pensar se VP vai ou não continuar. Refiro-me ao que eu gostaria que acontecesse. Tendo os dados que tenho e que são públicos e conhecidos de todos. Não tenho, portanto, absolutamente nenhuma informação ou conhecimento do que se passa no balneário ou na administração.

VP chegou a treinador principal de um colosso mundial e planetário  - atenção, não comparem sequer com os vermelhos e muitos menos com os verdes -  sem estar devidamente preparado para o efeito. Longe disso.

Ainda para mais depois de um ano demolidor e com a equipa totalmente dependente do treinador fugitivo.

No entanto, como é humilde, ambicioso, trabalhador e o sangue azul e branco lhe corre nas veias, foi corajoso e preferiu o nosso banco aos milhões de libras que lhe ofereciam como adjunto do vendedor de cadeiras. 

Atentas as carências evidentes que tinha para treinar um clube da dimensão do nosso, VP comeu as passas do Algarve para se conseguir aguentar ao leme do "porta-aviões" sem este se afundar.

No entanto, com a entre-ajuda e a solidariedade ilimitadas existentes (apenas) no nosso clube, expressamente transmitidas (quem não se lembra de Coimbra ?) pelo homem que nele tinha apostado (o NGP), VP foi conseguindo levar o barco a bom porto. 

E, assim, VP foi crescendo dia a dia. Quase diria hora a hora. Teve o grande mérito de perceber que estava na melhor universidade do mundo.

E tudo culminou com VP a dar-nos a extraordinária alegria de mais um título. O que jamais esquecerei.

12/13

Agora, coloca-se a questão - é este o treinador que eu quero para o FC Porto 2012/13.

Adianto já a minha resposta - Não.

E não, porque o estilo de jogo preconizado por VP  - transicções rápidas, aliás, na senda do que acontecia com Jesualdo Ferreira - não é compatível com o estilo que eu pretendo para o FC Porto e que penso que faz parte do nosso ADN.

Na minha opinião o estilo de jogo do FC Porto tem de assentar na posse de bola. Em progressão, é certo, mas posse de bola.

E posse de bola, inclusive, quando estamos a ganhar. O FC Porto  não deve ter um estilo de jogo que passe, durante o jogo, por ir metendo jogadores cada vez mais defensivos à medida que o tempo vai passando para segurar vantagens.

Não pode ser. É contrário ao nosso ADN. E em Portugal até pode funcionar, mas lá fora não temos a menor hipótese.

O FC Porto até pode estar a defender, até pode estar a defender com 11, mas não podemos defender porque temos medo de ter a bola. Só quando não conseguirmos mesmo tê-la.

E o nosso jogo, na perpectiva da construção, tem de ser em posse, com trocas de bola, sem medo de arriscar o passe, porque de contrário estamos a forçar a nossa natureza.

E com VP o que assisti é um tipo de futebol que já com Jesualdo não me satisfaz(ia) e, mais importante, não nos permite lutar por mais altos voos.

Aliás, nos jogos de maior dificuldade, na champions por exemplo, temos de conseguir assumir  os jogos  e, para isso, só tendo bola. De outra forma é impossível.

Portanto, por um questão de ADN, por uma questão de filosofia de jogo, por uma questão de ambição própria do nosso clube, optaria por trocar de treinador.

Claro está que não sei os custos de tal operação  - factor a ser tido também em conta - e  todas as alternativas disponíveis. Mas tenho a minha opinião também sobre estas últimas. Para a semana ...