O pessoal da selecção (jogadores e treinador), com o patrocínio da FPF, não quer pagar IRS sobre os prémios que recebeu pelo Mundial.
Eu não me vou pronunciar, sequer, sobre a oportunidade, para não dizer outra coisa, desta vontade, até porque o país vive actualmente uma época de vacas (muito) gordas, perfeitamente desafogado, com níveis de desemprego praticamente inexistentes e com a economia em franco crescimento ...
Portanto, apenas me vou pronunciar sobre o preenchimento (ou não) dos requisitos que a lei obriga para que tal situação seja passível de suceder.
Baseiam a sua pretensão numa lei que, em determinado circunstâncialismo, permite tal isenção.
Segundo o que pude apurar, segundo essa lei (artigo 13.º, n.º 5, do Código do IRS) o IRS “não incide sobre os prémios atribuídos aos praticantes de alta competição, bem como aos respectivos treinadores, por classificações relevantes obtidas em provas desportivas de elevado prestígio e nível competitivo.” (o realçado é meu).
Ora bem, tenhamos então presente dois factos:
1) Poderá haver lugar a isenção aquando de classificações RELEVANTES !!
2) Ficámos em 4º lugar no campeonato do mundo (que fosse em segundo ou terceiro, a mim era-me, ao caso, indiferente; também não importa que, na minha opinião, tivessemos o melhor naipe de jogadores de SEMPRE, segundo as mais variadas perspectivas).
Ora, tendo esses 2 factos presentes, eu tiro logo, sem necessidade de mais considerações, uma conclusão:
Somos mesmo um país de pensamento medíocre....
P.s. – Mas a principal culpa não é deles, é antes daqueles (especialmente a esmagadora maioria da comunicação social) que endeusaram completamente o comportamento e os resultados portugueses neste mundial. Ao ponto de terem transformado a (banal) recepção à comitiva numa festa de APOTEOSE, quando estiveram presentes no aeroporto meia dúzia de gatos pingados e no Municipal de Oeiras, talvez (fazendo contas por cima) umas 10.000 pessoas !!! Se o ridículo matasse...
Só de me lembrar que essa mesma comunicação social, por ex., quando o FCPorto teve 40.000 pessoas, às 4 horas da manhã, depois de Sevilha, considerou uma festa só QUASE apoteótica....
Enfim ...
P.s. 2 – A propósito (de reconhecimentos e feitos, aí sim, relevantes), não posso deixar de lamentar profundamente que os CAMPEÕES DO MUNDO de clubes, passados que são cerca de 18 meses, ainda aguardem um (pequeno que seja) reconhecimento institucional da mais alta instância do estado português, a saber, a Presidência da República.
3 comentários:
Como ontem dizia na SIC um "boxeur" (português e campeão do mundo) que, apesar de levar muita pancada na cabeça tem mais juízo do que o presidente da federação: "prémio é a taça que se recebe; o dinheiro é sempre pagamento. Caso contrário, o salário que as pessoas recebem ao fim do mês também pode ser visto como um prémio por terem trabalhado..."
Não podes comparar realidades que se verificam em países diferentes: a equipa do Futebol Clube do Porto foi recebida no Porto; a equipa do Scolari "aterrou" em Lisboa.
Para além disso, há o problema da hora da chegada: a equipa do Scolari chegou à 1 da tarde de Domingo; a equipa do Futebol Clube do Porto chegou sempre na madrugada de uma quinta-feira. Ora é evidente que é muito mais fácil reunir mais gente numa 5ª feira de madrugada.
Portanto... Situacionista... não sejas tendencioso. Foi uma recepção apoteótica e memorável... em Lisboa.
Ainda a propósito do balanço da prestação da equipa portuguesa, sugiro que leiam o que diz o ver/melho/de Rui Santos em:
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=207841&idselect=114&idCanal=114&p=93
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