quinta-feira, 11 de maio de 2006

Comentário do leitor Blue Chip

OK, registo o seu esclarecimento sobre o seu pensamento inicialmente exposto.

Mas sobre o caso J Costa e a comparação com Baía, porque não enfatizar antes a diferença entre um e outro na forma como digeriram as opções do treinador?? Deu para ver quem, de facto, põe o clube acima de tudo em vez dos seus interesses pessoais? Deu para ver a diferença, ou tiveram os dois o mesmo tipo de comportamento?? É a mesmo diferença que podemos constatar entre Diego e Ibson. Um achou-se maior do que o colectivo e falou fora do campo, o outro continuou a trabalhar e a mostrar dentro do campo que é um jogador excepcional, mas que tem outros( Meireles e Lucho)que também o são!!!

A saída do clube de J Costa decorre de tudo isto, este achou que o seu peso no clube e no balneário bastavam para ainda jogar mais um ano, o treinador não pensou assim e a ascensão de Pepe, a excelente época de Emanuel e o sucesso da fórmula dos 3 centrais, onde Bosingwa e Cech muitas vezes funcionaram como centrais, vieram a provar que pouco ou nenhum espaço existiria para o nosso ex-capitão!!!

Ele achou que o Presidente lhe fazia a vontade como fez no caso Del Neri (ainda hoje estou convencido que foi ele quem lhe pôs os patins), mas desta vez PC sabia que tinha que cortar a eito e reconstruir uma equipa. Por isso, ganhou!!!

A contenção verbal é fruto da má fé interpretativa das palavras do treinador, pois quando um jornalista interpreta o inglês que mais lhe convém para atingir o balneário e minar a relação entre jogadores e treinador (vide interpretação do slipping/sleeping na linha do Meireles) ...

O que é um facto, com ou sem sensibilidade de elefante, foi este treinador, e não outro ( e antes tivemos 3 experiências) que conseguiu voltar a encarreirar a equipa nos títulos nacionais, com o plantel mais jovem da superliga, no mesmo satus quo anti-FCP vigente na Liga, disciplinou-a, projectou vários jogadores jovens para o futuro, e põs toda a gente a discutir tácticas e sistemas de jogo quando todos estavam convencidos que o FCP nunca conseguiria ser campeão a jogar só com 3 defesas.

Mais do que isso, com este sistema foi só uma das defesas menos batidas da Europa e das menos batidas de sempre no clube, incluíndo anos Mourinho.

Foi esta revolução que muitos não aceitaram e que incompreensivelmente levou a muitos adeptos optarem pela política do assobio, lenço branco, insulto e agressões, que só envergonham o nosso clube!!!

Eu quero é que o meu clube ganhe e já tivemos de tudo, treinadores que achavam que uma equipa se começava a construir na defesa e outros (caso de Adriaanse) que entendem que começa-se a defender melhor no ataque, atacando e não deixando as equipas adversárias sequer pensarem noutra coisa senão em defender.

Isto vingará na LC? É o que veremos para o ano, mas estou convencido que se ele jogasse assim com Artmedias e Rangers não teríamos ficado pelo caminho. è esta a maior crítica que lhe faço, embora acredite que ele tivesse achado que a equipa ainda não tinha maturidade e rotinas para jogar daquela forma .

1 comentário:

O Situacionista disse...

Caro Blue Chip,

O seu (belíssimo) comentário é bastante abrangente e foca n aspectos importantes.
Por agora, vou só debruçar-me sobre um deles que me é particularmente caro.
A questão (des)treinador/ Jorge Costa / Vitor Baía.

Já lhe digo, discordo de si.
Até lhe digo mais, penso que está a ser de alguma forma ingrato para com o Capitão quando diz o que diz.
E comparar a situação com a do Ibosn/Diego (na qual tem toda a razão) é brincadeira...
Já pensou bem no que o Capitão nos deu ? No que lutou por nós ?
Já pensou bem que ele é uma das almas do Dragão ?
Já pensou bem no que ele representa para nós ?
Só por aí pouco mais seria necessário dizer.

Mas, para além disso, também estou em desacordo com o seu raciocínio.
Embora me pareça que, nesta vertente, cada um de nós “vai ficar na sua”.
E porquê ?
Porque ambas as “teses” são possíveis.
A minha é a seguinte – dizer que o Presidente “...lhe faria a vontade como fez....” é dizer que o Presidente anda “a reboque” dos jogadores.
Para mim, tal situação é IMPENSÁVEL com Jorge Nuno Pinto da Costa, por mais importantes que sejam os jogadores.
E acho que é tal a evidência que nem vou argumentar nesse sentido.

Como compreenderá, a partir do momento que penso assim, já nunca mais poderei concordar com a sua tese.
Entendo é que o treinador, depois do falhanço rotundo e clamoroso como geriu o processo do Capitão (o qual nem sequer foi convocado para o jogo com o Marco para a Taça, lembra-se ?), fruto da sua inexperiência ao mais alto nível, foi aprendendo e acima de tudo, creio, sinceramente, foi acreditando e confiando cada vez mais na “estrutura” (entenda-se Presidente, Reinaldo Teles e Antero Henrique), a qual, atenta a experiência acumulada, o soube (muito bem) ensinar.
Daí que, aliado ao facto de o Vitor ter uma personalidade mais serena e menos impulsiva e emotiva que o Jorge, o processo Baía tenha sido muito melhor gerido.
Daí também que, para mim, na festa do título só tenha faltado uma pessoa – o Grande Capitão Jorge Costa !!

No mais, só uma nota – nós jogamos com 3 defesas, nunca com 3 centrais.

P.s. – Oportunamente irei falar sobre outras questões por si levantadas