sexta-feira, 25 de maio de 2007

Viena, 27 de Maio de 1987

Passaram 20 anos!!
Em 1987 vencemos a Taça dos Clubes Campeões Europeus.


Um jogo memorável, contra o todo-poderoso Bayern de Munique, recheado de estrelas de nível mundial.

Chegamos ao intervalo a perder 1-0, e fizemos uma segunda parte fantástica, com o Futre endiabrado a fintar tudo e todos (lembram-se do lance pelo lado direito em que tabela com o Jaime Magalhães, finta N vermelhos e remata junto ao poste?), o Sousa com remates perigosíssimos (faz aqueles dois quase iguais, com a bola a sair pouco acima da barra), o fabuloso Rabat Madjer (quem pode esquecer o maravilhoso golo de calcanhar?), a arma secreta rapidissíma Juary (aquele segundo golo levou-nos à loucura!), e o trabalho fantástico de toda a equipa.

Aqui estão os dois momentos mais altos do jogo:










Os nossos heróis foram os seguintes (e o que fazem actualmente):

Mlynarczyk, sempre imperturbável (Treinador de guarda-redes do Widzew Lodz - Polónia)
João Pinto, o grande capitão (Treinador-adjunto do F.C. Porto)
Celso, o pé-canhão brasileiro (Empresário e treinador na zona de Fortaleza)
Eduardo Luís, o lateral-central (Treinador actualmente sem clube)
Inácio (Treinador do Foolad - Irão)
André, trinco mítico (Gabinete de observação do F.C. Porto)
Quim (Treinador actualmente sem clube)
Sousa, o pé-canhão inesquécivel (Treinador actualmente sem clube)
Jaime Magalhães, o melhor extremo direito da história (Comerciante)
Rabat Madjer, o argelino mágico (Comentador da estação Al Jazeera)
Paulo Futre, quem o parava? (Empresário)
Frasco, a formiguinha (Técnico nos escalões de formação do F.C. Porto)
Juary, a arma-secreta (Treinador das camadas jovens do Potenza - Itália)
Zé Beto (Morreu a 03/02/90 num acidente de automóvel)
Festas (Empresário)
Jaime Pacheco (Treinador do Boavista)
Casagrande (Comentador da TV Globo)

Treinava Artur Jorge, o Rei Artur (ainda treina, em Paris) e era adjunto Octávio Machado.

E só lá estiveram devido a lesão:
Fernando Gomes, o Bi-Bota de Ouro (Empresário)
Lima Pereira, o muro intransponível (Empresário)

E nós? E vós?
Onde estamos em 1987, na noite de 27 de Maio?
E como foram os festejos?
Eu estive com o nosso colega de blog Penta. Mas contemos nos comentários os pormenores...

8 comentários:

Azzulli disse...

Lá estava eu, naquela magnifica quarta-feira, a ver o jogo sentado no sofá ao lado do meu avô, grande portista, pais e avó.
Após o golo do Bayern o nervoso instalou-se, mas aquela segunda parte fez-nos acreditar, e como vibramos com os golos, a reviravolta no marcador!

Depois foi a varanda, acenar com a bandeira, aos carros que afluiam para o centro da cidade, cheios de bandeiras, a buzinar sem parar, e às pessoas que iam a pé para a festa!

Depois lá fui, com o Penta, e com outros grandes amigos, portistas claro, para a grande festa!
Fomos à Baixa, obviamente, e percorremos toda a cidade, numa carrinha cheia de gente, e de bandeiras.
Fomos ao aeroporto esperar a equipa.
Só não deu para ir ao Estádio das Antas, receber os Campeões Europeus, hoje Bicampeões do Mundo!
Um noite longa e inesquecível!

Anónimo disse...

Boas!

Foi, seguramente o momento de maior felicidade enquanto portista! Embora com 12 anitos, lembro-me de não ter visto os golos do Porto em directo, por não ter coragem de ver os últimos 15 minutos... Apenas me apercebi pelos gritos dos vizinhos e do meu pai, que, embora como eu, ainda deitava o olho ao jogo, de vez em quando!
Obviamente, o final foi a grande explosão! Ainda deitei uma lagrima ou outra, mas apressei-me a disfarçar.

Fui, pela primeira vez, para a baixa e comprei a minha primeira e única bandeira, que ainda hoje guardo!

Sempre que revejo o jogo, é-me impossível evitar um arrepio no momento dos golos...

Dragaopentacampeao disse...

Foi um dia especial em que despertei cedo e muito ansioso.

Acho que nesse dia o meu rendimento profissional ficou muito afectado. Nunca mais chegava a hora do inicio do jogo.

Quando terminou o trabalho, corri imediatamente para casa para me instalar em frente ao televisor.

O nervosismo aumentava, mas a esperança mantinha-se intocável. Bem sabia das dificuldades que nos esperavam. Afinal íamos defrontar um colosso do futebol europeu...

O jogo começou e paulatinamente a serenidade começou a invadir-me. A equipa parecia ter a lição bem estudada e não permitia grandes veleidades. Até que num lance infeliz, Jaime Magalhães desviou de cabeça um lançamento de linha lateral, na direcção de um jogador alemão que à entrada da área inaugurou o marcador.

Estremeci mas continuei a acreditar.

Na segunda parte o Porto reapareceu com atitude ganhadora e partiu para uma exibição de luxo que me fez subir o ego.

Os golos foram momentos indescritíveis, de autêntica loucura. Depois do 2º, o jogo parecia nunca mais chegar ao fim!

"Olha a hora caraças!" gritava! O que vale é que estava em casa, podia ter estes momentos de loucura sem que me mandassem para o manicómio.

Quando terminou o jogo e após a cerimónia da entrega da taça, saí rapidamente de casa e fui festejar para a Av. dos Aliados.

Tantos portistas! Que festa! Foi até às tantas!

Fiquei cansado mas feliz por ter nascido portista!

Eterno Dragao disse...

Vi o jogo com o Fanático e outros amigos.

Num golo partimos uma cama; no outro, um candeeiro!

Aquele calcanhar da Madjer é inesquecível.

Pela primeira vez, fui festejar para a baixa.

Paulo Pereira disse...

Em casa, sofrendo, nos meus 16 anos, sabendo k uma vitória naquele dia significava a mudança na nossa história, o dia em k entraríamos no Olimpo dos Deuses de Futebol. E os nervos, meu Deus, k não me largaram todo o dia. O golo germânico, autêntico murro nos estômago, k me desolou profundamente. E aquela segunda parte, k só de lembrar me faz ficar arrepiado. Intrépida, corajosa, imperial, fazendo os alemães pagarem a arrogância. Aquela cavalgada impressionante do Futre, passando por 1, fintando o 2º, desembaraçando-se do 3º e eu, gritado golo por antecipação. Uma das mais belas jogadas, k não culminou em golo por centímetros. Chorei, não me envergonho de dizer. De raiva, desespero, frustração. Mas o momento redentor estava para vir. Madjer, o mágico de então, numa calma glacial, marcou um golo k entrou para a história. E enquanto em comemorava, totalmente histérico, Madjer novamente, qual Fénix renascida, a entrar, a fazer aquilo k actualmente C.Ronaldo faz, numa finta do outro mundo, o centro milimétrico e Juary, franzino, a esgueirar-se por entre os defesas e a marcar novamente. Uma convulsão de emoções, um sofrimento atroz nos minutos seguintes, pedindo, suplicando, rezando, para que aquela vitória, tão importante, tão necessário, tão merecida, não escapasse. E ela não fugiu. É engraçado como, 20 anos depois, as memórias fluem, tão marcantes, lembrando-me de pormenores k julgava enterrados na memória. A loucura k se seguiu, abraçando a minha mãe, ansiando por libertar a tensão, o grito de vitória. A fuga para as ruas, gritando o amor ao Porto. O orgulho no dia seguinte, correndo para o quiosque para comprar os jornais (ainda hoje guardados religiosamente), o cachecol k me acompanhou todo o dia, no liceu, a euforia k me fazia rir. O Mundo era Azul e Branco...

O Situacionista disse...

IRREPETÍVEL !!!! Por mais anos e vitórias que viva...

Até tenho dificudade em explicar o que senti !!!
Faz hoje 3 anos que fomos bi-campeões europeus em Gelsenkirshen, onde, inclusive, tive a felicidade de lá estar, mas apesar da extraordinária alegria que também senti, não é comparável a Viena.
Vi o jogo em casa com a família.
No final estava descontrolado de alegria !! Loucamente descontrolado !!

Já vi em video este jogo, seguramente, mais de 20 vezes. Ao ponto de, em tempos, saber praticamente de cor o desenrolar do jogo....mais ainda, o número de passes desde o início das jogadas que deram golo...quem foram os autores desses passes....

Ainda agora ao ver os golos....fico com pele de galinha ...

O Bayern era um portentado...nas meias finas todos queriam ter como adversário o FCP....Depois viu-se.....

Ainda hoje é mítica a palestra que o Rei Artur terá feito ao intervalo...

Depois de uma ameaça falhada em 1984, em 1987 o Futebol Clube do Porto entrou na HISTÓRIA DO FUTEBOL MUNDIAL !!!

Para ficar...

AMANHÃ LÁ ESTAREI PARA AGRADECER !!!

Anónimo disse...

Porra, lembro-me como se fosse hoje, vi a final em minha casa com um grande amigo, VERMELHO.

Fui eu que cozinhei o jantar, rápido no intervalo, que eu estava com uma fé...

O momento do jogo, para mim, foi aquela bola do Futre que fintou 10 vermelhos e não marcámos, a partir dai achei que Basileia ia ser vingada!

Mas para mim aquele não foi o momento mais marcante da minha vida de sofrimento (e de alegrias) portistas!

Aquando da véspera do jogo do aves lembrei-me tantas vezes da ansiedade que senti, quando o Simões marcou na própria baliza no ano do arranque do grande PORTO, esse dia foi provavelmente o mais feliz que tive como Portista!

Aina hoje não sei porquê, mas nesse dia deixei de me sentir ANDRADE! Aina não era dragão, mas já não era andrade.

Fanático disse...

Ainda hoje, 20 anos depois, me arrrepio e emociono quando vejo o jogo, e olhem que já o fiz uma vez incontável de vezes.

Esse dia traz-me à memória emoções como poucas vezes na vida senti.Passei da ansiedade por o jogo nunca mais começar, para desilução e descrença quando o Bayern marcou, para alegria louca quando o Madjer marcou, para desvairio do segundo golo e de descontrolo quando o jogo acabou.

Como o Eterno já adiantou, vimos o jogo num quarto mísero, no primeiro golo partimos um candeeiro e no segundo a cama!!!

Quando o jogo acabou fomos comer rissóis a casa do Eterno e, pela primeira vez, celebrámos na Baixa, andamos numa carrinha de caixa aberta e celebrámso como nunca!!!

Enfim, só de estar para a aqui escrever, até se me aperta alma, como naquele dia há 20 anos em que nso tornamos verdadeiramente um clube universal.

E confessem lá, alguma vez pensaram que podiam 20 anos depois dizer são BI-Campeões Europeus e Mundiais ????!!!