terça-feira, 26 de novembro de 2013

Exigência versus insensatez

Exigência, sim.
Muita, melhor ainda.
Máxima, perfeito.
Mais do que todos os outros, fantástico.

Foi assim que chegamos onde chegamos.
É assim que queremos continuar.
É assim que vamos seguir o nosso caminho.

Quem dá tudo pela equipa, tem direito a dela exigir em igual medida.

Sucede que, por vezes, quem tanto dá, perde a noção do que pode, e mais grave, deve exigir.

E pensar que se pode, pior, deve exigir, neste momento, a substituição do treinador, é cair num terrível e grave erro de avaliação.

Na perspectiva de quem decide, seria, desde logo, má gestão. Até mesmo gestão danosa.

Na perspectiva do adepto, é insensatez.

É pois fundamental saber equilibrar e potenciar ao limite a exigência, sem nunca perder de vista a sensatez.

E quando eu constato que até boa parte dos meus bons amigos aqui da confraria cometem esse tremendo erro, conhecendo-os eu como conheço e sabendo bem do seu modo equilibrado de estar e pensar, mesmo no que diz respeito ao futebol, tenho de concluir que só a sua paixão cega pelo nosso Futebol Clube do Porto é que pode explicar o afastamento da sua habitual clarividência !

Aliás, como bom exemplo, parece-me que para eles, e para a maioria da nossa família azul e branca, há dois dados objectivos:

Um, jogamos mal há dois anos e meio;
Dois, o responsável é o ... PF;

Ou seja, faz-se uma associação temporal a um período por eles entendido como de futebol desagradável e responsabiliza-se o actual treinador - há escassos meses ao comando  - pela totalidade daquele espaço de tempo.

Vai daí, dois anos e meio é tempo demais ! Rua com o treinador !
 
Como se a mudança de chip fosse fácil e imediata.
 
Para mais de alguém que chegou a um porta-aviões, vindo de um bote (Aves) e de uma fragata (Paços), e sem qualquer experiência anterior a nível de grandes clubes.
 
E como se o NGP fosse contratar um treinador sabedor de todos estes aspectos e, depois, lhe fosse exigir que tivesse aquela experiência.
 
E não digo nada disto por estarmos a protestar como se não houvesse amanhã apesar de estarmos em primeiro no campeonato e ainda com, ténues é certo, mas reais, esperanças na champions.
 
 
 
 
Não, apenas o faço porque, neste momento - e não sai se em Maio vou estar ou não feliz -, me parece claramente despropositado, sequer, falar em tal cenário (saída do treinador).
 
Por isso, exigência, sim, mas com clarividência.
 
E agora vou mas é concentrar-me no jogo de logo onde penso estar no Dragão a apoiar. Independentemente do resultado - que já se saberá - da Rússia.
 
 
SOMOS PORTO
 
P.s. - Eterno e Soldado, não esquecer o cartaz... 
 

3 comentários:

Eterno Dragao disse...

Certo.

Estou de acordo que (ainda) não se deve despedir o treinador.

Agora isso não invalida que se vá formando a opinião de que ele é muito fraquinho e que "não tem unhas" para esta guitarra.

O desempenho durante os jogos é uma tristeza e até o discurso nas conferências de imprensa é a chamada "infelizmência" (nem é orientado para os adversários externos nem para o "balneário" - é uma coisa redonda e repetitiva, que passa sempre por afirmar que o adversário seguinte é a melhor equipa do mundo).

Tivemos uma fase em que não jogávamos grande coisa, mas ganhávamos (algumas vezes com sorte) e já havia alguns alarmes a tocar. Agora, entramos na fase em que dizemos "(ainda) estamos em primeiro". Começo a antever o período seguinte em que, perdendo o primeiro lugar, vamos começar a dizer "dependemos de nós próprios" e receio muito a fase subsequente ("a do matematicamente ainda é possível").

Mais ou menos de dez em dez anos, o Nosso Grande Presidente tem destas coisas: Quinito, Octávio... Fonseca do Barreiro. Nos outros nove anos, ele acerta. É por isso que é um Grande Presidente.

dragao vila pouca disse...

É verdade Situacinista, não é nossa filosofia mudar de treinador com facilidade - eu sou do tempo que se mudava de treinador como quem muda de camisa, salvo o exagero -, mas o Paulo Fonseca não pode abusar da sorte. Já é tempo dele perceber o que é o F.C.Porto e que no melhor clube português, até podemos perder, mas não podemos sair do estádio que não fizemos tudo para ganhar. Não podemos ter um treinador que a ganhar vê o treinador adversário, mexer e tornar a mexer e não reagir. Ter no banco um treinador que a ganhar apenas por um golo, agia como se estivesse a ganhar por três e quando sofre o golo do empate, o jogador que entrou nem aquecimento fez. Não pode haver evolução quando os piores erros, aqueles que custam pontos, persistem. Não me lembro e tenho boa memória, de uma época em que tantos jogos em vantagem - vão 5 -, não acabaram em vitórias do F.C.Porto.

Abraço

O Soldado Azul disse...

Eu não concordo com a ideia de que jogamos mal há 2 anos e meio e a culpa é do PF...
O ponto comum dos últimos 2 anos e meio é um plantel com lacunas...
O PF decidiu alterar o sistema e os jogadores não conseguem criar rotinas...
Na minha opinião, com os altos e baixos do balanço VP, nós jogávamos melhor, com vitórias indiscutíveis...
Quem tomou a iniciativa de mudar o chip... foi o PF!! E as consequências estão à vista!!