terça-feira, 3 de junho de 2008

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Repito mais uma vez, vivemos ou não num Estado de Direito ?
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Tem a palavra o Conselho de Justiça. O qual vai ser confrontado com mais esta opinião:
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"F. C. Porto: Argumentação de Ricardo Costa contestada

A batalha jurídica entre o F. C. Porto e a Comissão Disciplinar da Liga está ao rubro. Agora, foi a vez do director da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra empunhar armas pelas teses do F. C. Porto.

A dar mais relevo e impacto a este posicionamento, José de Faria Costa, professor catedrático e personalidade insigne no mundo do Direito Penal e do Processo Penal, recentemente homenageado pelos magistrados de S. Paulo, é superior hierárquico do assistente da FD, Ricardo Costa, o presidente da CD que suspendeu Pinto da Costa, o presidente dos dragões, por dois anos, o que lhe confere uma autoridade, nesta matéria, inquestionável.

Assim, o director contraria, publicamente, o assistente, numa situação curiosa e singular. No parecer elaborado, e que acompanha o recurso do presidente portista para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Faria Costa contesta, veementemente, as teses do assistente da UC, com especial ênfase na inadmissibilidade da validação das escutas efectuadas em inquérito-crime e em sede de processo disciplinar.
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O especialista em Direito Penal, chega a corrigir, mesmo, o sentido dado a citações de uma das suas obras e que constam em vários acórdãos assinados pelos membros daquele órgão da Liga. Neste ponto, Faria Costa esclarece que, antes da audiência de julgamento, a transcrição de escutas é um mero meio de prova de indícios e não algo que se traduza em factos dados como provados.

É este o caso de Pinto da Costa e de outros visados em processos disciplinares na justiça desportiva que, antes dos julgamentos, estão a ver usadas contra si intercepções efectuadas no âmbito processo Apito Dourado.

No parecer daquele professor doutorado, argumenta-se que o uso de escutas, num processo disciplinar, viola o direito de defesa. Isto pela simples e cristalina razão de que o órgão disciplinar da Liga não dispõe dos suportes magnéticos das intercepções. É que pode dar-se o caso das conversas estarem mal transcritas e nenhum visado poder corrigi-las, no processo disciplinar, sem ouvir as conversas gravadas.

O catedrático salienta, por outro lado, que a informação dos processos-crime pode ser, efectivamente, usada no processo disciplinar.

Todavia, para assentar factos como provados, a CD teria de recorrer a outros meios de prova, legalmente admissíveis, que não as próprias escutas, como, por exemplo, depoimentos. A este propósito, sobre as declarações de testemunhas - como no caso de Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa e um dos suportes mais determinantes das decisões tomadas -, Faria Costa mostra-se contra a atribuição de uma credibilidade total antes da decisão final do julgamento.

Um argumento que serve para concluir que, se um facto for dado como provado num processo-crime, poderá, também, ser classificado como verídico num processo disciplinar.
(….)

(conferir
aqui)

18 comentários:

Azzulli disse...

Corre por aí esta info, que falta saber se é 100% verdade:

O FCP vai ser castigado (...) toda a informação que despoletou este castigo e que mereceu um apurado estudo jurídico teve como chefe de operação Silvio Cervan sempre muito bem apoiado por Cunha Leal.

(...) uma figura de grande peso na FPF, à revelia de Gilberto Madaíl foi quem elaborou todo o processo que enviou para a UEFA, fornecendo miticulosas informações que deram origem ao castigo.

O Situacionista disse...

Azzulli,

Convém referir a fonte - http://www.blogdabola.blogspot.com


Eu não tenho dúvidas que é essa a decisão que a Uefa já tomou. Falta saber se a vai manter...

dragao vila pouca disse...

Meus caros um conselho de amigo: não levem a sério o blog da bola do Marinho Neves.
Digo-o eu que sei quem é o "artista".
O F.C.Porto até pode perder a primeira batalha, mas vai ganhar a guerra.
Um abraço

Ricardo disse...

Amigos bicampeões,

há já algum tempo que não vinha aqui. Como sabem, desde que o user vila pouca usou a palavra de formas menos dignas em relação à minha pessoa que achei por bem afastar-me do blogue e deixar-vos a discutir os assuntos do vosso clube sem que tivessem de "aturar" um benfiquista, situação que poderia levantar atritos indesejáveis para quem procura a salutar convivência entre amantes do futebol. A partir desse momento, remeti a minha opinião a blogues benfiquistas e a um blogue sportinguista - entretanto até aconselhei o vosso blogue a um outro que procurava ter na sua lista de blogues um sobre o Porto e de qualidade.
Há cerca de duas semanas, no entanto, e na sequência de toda esta novela relacionada com o vosso clube, tenho frequentado dois blogues portistas: o "Pobo do Norte" e o "Portistas de Bancada". Terei comentado umas 7 ou 8 vezes e as reacções - como seria de esperar - foram de insultos e atitudes ofensivas.

A razão deste comentário prende-se com a necessidade que sinto de deixar escrita a minha indignação pela forma como tudo isto tem sido abordado; a forma autista com que tenho visto muitos adeptos do Porto, acusando tudo o que mexe de uma situação que Pinto da Costa - ninguém mais - criou ao seu próprio clube e aos seus adeptos. É disto que se trata, meus amigos: Pinto da Costa corrompeu e, por isso, merece ser castigado. O clube, a instituição merece o mesmo tratamento por ser ela a vítima de quem a dirige. Não entendo como se pode desculpar um homem que em nada contribuiu para este país e - vê-se agora - para a dignidade de uma instituição que me merece todo o respeito - o Futebol Clube do Porto.

Se algum dia ficar provado que um Presidente do Benfica corrompeu árbitros, podem ter a certeza de que serei o primeiro a indignar-me e a promover um motim para atirar esse filho da puta porta fora. E é essa reacção que não vejo nos adeptos do Porto que, de certa forma, me entristece. Não estaremos todos pelo Futebol - afinal a razão de andarmos por estes blogues, a razão da nossa paixão? Meus amigos, não desculpem o indesculpável: quem é corrupto, não merece fazer parte do Futebol. É muito simples. Não procurem bodes expiatórios porque é isso que Pinto da Costa sempre fez e com sucesso para anestesiar as massas. Haverá certamente gente honesta e competente que possa vir a presidir o clube. Assumam o que de mal este homem fez e desprezem-no. Fazer a defesa dele é não entender que o Futebol não merece gente desta. Da minha parte há já muito tempo que Vieira me causa asco. Muito menos corrupto que o vosso, é certo, mas ainda assim mau agente do Futebol. Esperaria do vosso lado o mesmo tratamento. Sei que não concordam comigo, mas não poderia deixar de vir, neste momento, dar a minha opinião a gente que sempre me tratou com educação no tempo em que aqui participei.

Abraço a todos.

Fanático disse...

As indicações que tenho são as contrárias, ou seja que amanhã vai ser dada razão ao FCP e que as consequências de não recorrer, nomeadamente no que à LC diz respeito, foram ponderadas, apesar de ter o voto contra do NGP.

Espero que bem que assim seja. E mais não digo.

dragao vila pouca disse...

Este artista voltou?Para acusar o presidente do F.C.Porto de ser corrupto?!...Já houve alguma acusação do Tribunal?
Pois é este artista e eu somos incompatíveis, ele entra eu saio.
Um abraço

Soajeiro disse...

Claro que é cu roto.

Barba azul disse...

Ricardo, não vale a pena explicar-te que, tal como acontece a 99% dos benfiquistas e quejandos, existe em ti um qualquer mecanismo que te impede de ver a gritante dualidade de tratamento concedido ao Porto em relação a SLB e SCP. Isso verifica-se por parte dos órgãos judiciários, que de forma completamente desproporcionada dirigem enorme dispêndio de meios apenas em investigação sobre o Porto e Boavista, numa nítida intenção parcial e persecutória, ignorando completamente qualquer indício que aponte noutra direcção (mesmo que este lhe entre pelos olhos a dentro), o que descredibiliza completamente esses órgãos e a Justiça Portuguesa. Isso verifica-se de forma tão clara que até ofusca, por parte da comunicação social, que ostraciza o FCP nos sucessos e persegue insanemente no que o prejudique. Isso verifica-se de forma geral na sociedade civil, de forma ridícula e patética. Da parte de alguns poderá ser inconsciente (o que no entanto só poderá ser explicado com recurso à psiquiatria), mas da parte dos que têm informação, meios de investigação, responsabilidade decisória e de julgamento, só poderá ser consciente e intencional.
Se tu não consegues ver isso (quero acreditar que és honesto), nós vemos claro. Não nos venhas pedir honestidade intelectual, imparcialidade de julgamento, serenidade, auto-análise, etc: isso é tudo o que fazemos. Confundes as coisas: o que pretendes é que sejamos hipócritas, políticamente correctos, bacocos, parvos, subjugados.
Por causa dessa impossibilidade orgânica em ver claramente, de que sofres também, não vais poder perceber a que se refere o tipo que escreve o texto abaixo, que retirei dum comentário noutro blog. Não vais conseguir ver ou perceber as evidências que lá se escrevem, claras para quem não tem as palas que tu tens:

“ Eu não sou portista mas tal facto não me impede de encarar os factos com seriedade e
de os tratar como tal; factos e não convicções. Presentemente tenho que confessar que já não
consigo calar a minha revolta e estupefacção pelo momento que atravessa Portugal.

Assistimos, neste momento, ao assassinato social de uma personagem pública, em
absoluto frenesim mediático e perante o gozo, finalmente alforrio, de três quartos do país. Pinto
da Costa é o seu nome e atrás dele arrasta-se pelo chão o nome do clube a que ele preside - o
Futebol Clube do Porto.

Na entrega dos Globos de Ouro, onde o Jesualdo Ferreira recebeu o galardão de
treinador do ano, as vaias e apupos que se ergueram só não foram mais explícitas na transmissão televisiva por causa das palmas pré-gravadas; esta reacção fez-me corar de vergonha como se tivesse sido eu o alvo. Perante a audiência das elites mediáticas sufragou-se o nojo do país por tal clube e presidente. No dia seguinte a um outro espectáculo mediático, este o da leitura da sentença da Liga de Clubes, publicaram-se notícias sobre a perda de sigilo bancário de Pinto da Costa em relação a contas de empresas suas, vítimas de denúncias de Carolina Salgado. Quando o inimigo cai no lodo não se deve cometer o erro estratégico de o deixar levantar; as solas das botas servem para alguma coisa.

Mas afinal qual a causa que levou, finalmente, à condenação, não dos tribunais – que estes são o que sabemos – mas em sede da opinião publica (desportiva?), do homem por causa de quem foi formada a segunda equipa especial de investigação do Ministério Público em toda a história da terceira república em Portugal. Antes desta só uma foi criada e foi-o para investigar um outro fenómeno de "proporções equivalentes": as FP 25 de Abril.

O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube. O que está aqui em causa são duas acusações específicas, ocorridas numa determinada data, envolvendo determinadas pessoas. Acusações que são o corolário de anos de investigação por parte da mais cara e mais "independente" equipa de investigação em Portugal e que continuamos a pagar como se não houvesse problemas mais graves a resolver neste pais. Por mais que alguns queiram, não se trata de absolutamente mais nada.

Todos os que comentam este caso confessam, em privado ou na televisão, o seu desconhecimento do processo, mas no entanto louvam a coragem da condenação. Como é possível? Que estado de loucura é que nos atingiu?

De certeza que não é por causa das escutas telefónicas que Pinto da Costa será condenado, porque se for, não se compreende por que é que as escutas que mostram Luís Filipe Vieira, João Rodrigues e Veiga a escolher árbitro e pedir favores, e que foram publicados nos mesmos jornais, não deram origem a processos.

De certeza que não é por causa do testemunho de Carolina, porque em qualquer parte do mundo ela não seria considerada uma testemunha credível. Não por causa do seu passado de alterne, mas porque é uma companheira desavinda e com pronunciada e notória intenção de denegrir o antigo companheiro. Para além disso nunca conseguiu apresentar qualquer prova do que afirmou, exibindo apenas testemunhos contraditórios. E testemunhos valem o que valem.
Todos podemos dizer mal ou bem de quem nos apetecer.

Pinto da Costa é condenado porque existe uma generalizada convicção de culpa. De que é corrupto e que arquitecta os resultados do clube a que preside à mais de vinte e cinco anos e que portanto este não os merece e que lhes deviam ser retirados. Esta convicção continua a ser uma convicção e não uma certeza, depois do falhanço da toda-poderosa equipa de Morgado em apurar factos novos e emancipados da Carolina. Neste momento a equipa da eminente magistrada investiga transferências de jogadores do FCP e mais recentemente empresas de Pinto da Costa para apurar fugas ao fisco. Tudo com base nas informações de Carolina. Já não se trata de futebol. É a procura de um ponto fraco, do calcanhar de Aquiles. Trata-se de um inimigo que urge abater a qualquer custo. Se doer melhor. Eu nisto não me revejo.

E quem possui, então, esta convicção tão forte que até se confunde com uma certeza?
Esta convicção que desmobiliza qualquer interesse sobre aspectos legais ou morais e apenas direcciona para o pelourinho. Os adeptos do Porto não a têm, claro. Têm-na os adeptos dos seus dois clubes realmente rivais, os quais constituem perto de três quartos dos adeptos em Portugal.

E como é possível que massas tão colossais de pessoas tenham crenças tão parecidas ou tão diferentes?

A explicação não me parece difícil.
Todos se lembram do campeonato ganho pelo Sporting em 1999/2000? Pois o Sporting chegou ao último jogo com dois pontos de vantagem sobre o Porto, depois de o segundo ter sido "roubado" de uma forma – mesmo eu tenho que admitir - inacreditável, por Bruno Paixão em Campomaior. Os meus amigos portistas ficaram cabalmente convencidos da corrupção desse campeonato que lhes roubou o "Hexa". No ano seguinte o mundo do futebol escandalizou-se com a benevolência com que o "sistema" permitiu ao Boavista molhar a sopa em praticamente todos os relvados do país, deixando uma esteira de mortos e feridos nas fileiras adversárias. Em 2001/2002 o Sporting ganhou um campeonato em que os adeptos contrários se indignaram com o número de jogos resolvidos com penaltis. As suspeitas foram como de costume descomunais.

Em 2004/2005 o Benfica arrecadou um campeonato invulgar, pisando com pezinhos de lã o que se convencionou chamar de "passadeira vermelha". Mais uma vez foi grande e generalizada a revolta e a suspeita.

Ora, este curto parágrafo contém a descrição de todas os campeonatos ganhos por equipas adversárias do Porto desde 1994 e isto é que constitui o cerne do problema. Basta aplicar a fórmula explicada em cima para se perceber o porquê do ódio ao Porto e da convicção, por parte dos adversários, da sua culpa e da do seu presidente que tem permanecido o mesmo.

Neste país ninguém ganha por merecimento. Tudo ganha na batota. Ganhasse o Porto dois campeonatos por década e era um clube simpático e o presidente um tipo culto que até declama poesia, passe a pronúncia.

É claro que existe corrupção no futebol. Ninguém é ingénuo. No futebol e na politica, nas modalidades amadoras e sociedades recreativas. A corrupção existe onde existem interesses.
Nas mesas de café, por entre cervejas e tremoços, os amigos e conhecidos repartem amigavelmente estas histórias e convencimentos, riem-se do golo que marcaram com a mão e ofendem-se com a vista grossa feita à bola que bateu em pelo menos 15% do ombro e portanto deveria ser penalti.

Falta apenas o catalisador de todas estas energias, positivas e negativas e o catalisador são os media. No momento em que escrevo este texto não sei quantas pessoas o vão ler, mas se o fizer na televisão sei que vai ser escutado por milhões. Os dirigentes dos clubes que não ganham o suficiente, ou então velhas comadres desavindas, extravasam os seus ódios e dissimulações nos meios de comunicação e catalisam todas as frustrações dos adeptos que conduzem da mesma forma que os políticos gerem os povos nos comícios e mesas de voto.

Temo que o processo tenha ido longe demais e apenas a justiça civil tenha oportunidade de repor o estado de direito que permanece na aparência mas que foi suspenso de facto. Nesta sociedade, quem acusa tem que provar, não o contrário. Nesta sociedade, perante a justiça, causas iguais originam processos iguais. Não pode haver descriminação. Não pode haver perseguição.

Aquilo que está aqui em causa é apenas demonstrar se os dois acontecimentos de que Pinto da Costa é acusado são provados ou não. O resto é política, mediatismo ou clubite.

Quando a chacina de uma pessoa por causa de campeonatos ou outra coisa tão mesquinha como esta, é permitida - gostemos da pessoa ou não, e eu não gosto - mais vale passarmos mudarmos de vida. No fim, o trago será sempre amargo. Assim não vale a pena.

Um olhar de fora”

Vímara Peres disse...

Barba Azul

Excelente este texto, diz tudo o que está em questão de uma forma cristalina e sem deixar margem para dúvidas. A menos que se tenham umas palas como os burros...

Já agora, sabe quem escreveu o texto e aonde?

O Situacionista disse...

Meu caro Barba Azul,

Este texto, que eu já conhecia, é absolutamente DIVINAL !

Ricardo disse...

Barba Azul,

já tinha lido esse texto há algum tempo e tive, inclusivamente, o prazer de dar os parabéns a quem o escreveu pela forma honesta e lúcida com que escreveu esse texto.
No entanto, e como disse ao autor do mesmo, incorre em alguns erros, quando tenta "limpar" por completo a culpa de uns, em favor da suposta culpa dos outros.
A verdade dos factos é esta: Pinto da Costa corrompeu. Disso ninguém tem dúvidas. E, portanto, deve ser punido, como o clube, visto que quem o dirige corrompeu em seu nome. É só isto, meu caro. Se algum dia, como disse atrás, ficar provado que um presidente do meu clube corrompeu, estarei na linha da frente para, em vez de o defender, o atacar de todas as formas que me forem possíveis. É esta a diferença entre nós, barba azul: eu teria vergonha de uma situação dessas; tu preferes encontrar perseguições, teorias da conspiração e soluções alternativas para defender o indefensável: Pinto da Costa é um corrupto. Agora fica contigo a consciência. Decides defendê-lo a todo o custo, porque no fundo o que interessa é ganhar, não é? Muito bem. Mas não ponhas nos meus olhos palas só porque divirjo da tua opinião.

Cumprimentos.

Barba azul disse...

Justiceiro
Não sei quem é o autor, mas pelos vistos o Ricardo pode dizer quem é.

Ricardo
Não me posso estender na resposta, porque o tempo que gasto aqui roubo-o ao meu trabalho e ontem já prejudiquei demais o patrão. Só algumas notas:
1ª Óbviamente (como é que se escreve na nova ortografia?) não aprovo qualquer tipo de corrupção.
2ª Considero ubíquas as situações (concretamente a escuta telefónica os chocolates e não sei mais o quê e a visita do árbitro ao PC) mas que não permitem concluir a que se referem especificamente e nada provam; a condenação baseou-se nestas provas circunstanciais e no testemunho duma testemunha não credível e com motivos óbvios para perjúrio. Não são indícios suficientes para uma condenação por um tribunal correcto e imparcial; também não posso concluir e condenar com base neles.
3ª No cenário de irregularidade da decisão de condenação, que os pareceres competentes e independentes conhecidos indicam, chega-lhe essa condenação para dar como certa a efectiva existência de corrupção? Não se refugie no legalismo, não seja farisaico, não seja hipócrita. O mundo está cheio de condenações injustas, baseadas em provas circunstanciais, em situações e consequências bem mais graves do que estas, como ilustra a onda de ilibações nos EUA a condenados a perpétua ou morte por homicídio que agora o teste do ADN demonstra serem inocentes.
4ª Talvez não tenha sido claro no meu texto, mas protesto ao diferente tratamento dado a FCP e SLB, não ao facto de investigarem eventuais corrupções por parte do Porto. Não quero que não investiguem a corrupção no futebol, nem que deixem o Porto de fora disso: quero é que dirijam essa informação de forma “cega” e imparcial, e começando por indícios claros e seguros como as declarações e factos ocorridos quando do Estoril / SLB de 2004. Depois virão conversas sobre chocolates e visitas para café. Não me vai dizer que não há nítida distorção da proporcionalidade nesta autêntica cruzada contra o PC e FCP? E acha normal gastar tantos recursos, num país de tanga, na corrupção desportiva, em comparação com o que se gasta em questões de grave impacto social como a pedofilia / Casa Pia ou a corrupção política e financeira?
Engane-se a si, mas não nos queira arrastar nessa ilusão.
Partindo do princípio que ambos somos contra a corrupção e falseamento de resultados, mesmo quando resultam em benefício da nossa equipa (eu até fico contrariado quando jogamos contra o SLB e o Simão já se foi embora, ou o Cardozo está lesionado, ou contra o SCP e o Liedson está castigado, quanto mais quando ganhamos com algum erro de arbitragem!), a principal diferença entre nós, Ricardo, é a tal impossibilidade orgânica que o afecta e não permite ver o óbvio.
Cumprimentos

Vímara Peres disse...

Ricardo

O autor disse
"O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube"

Explique lá como é que depreende que o autor tenta "limpar" por completo a culpa de uns, em favor da suposta culpa dos outros?

Francamente, esta sua dificuldade em perceber os nossos argumentos, começa a fazer-me duvidar se o seu problema das palas será não orgânico mas sim físico.

Eterno Dragao disse...

Caro Ricardo,

Essa sua afirmação "Pinto da Costa é um corrupto" deixa-me preocupado...

Na verdade, de ser corrupto, o Nosso Grande Presidente ainda não foi acusado. Contudo, agora que o Ricardo se lembrou desse crime, creio que os "Ricardos Costas e os Joões Leais" deste país vão começar a trabalhar afincadamente nisso... Ora, como é bom de ver, os "Ricardos Costas e os Joões Leais" trabalham bem. Muito bem, aliás! Já sinto a participação na Champions de 2009 / 2010 em perigo...

Quanto a 2010/2011, já consta que um dia, aqui na cidade do Porto, viram Jorge Nuno Pinto da Costa a fazer uma festa na cabeça de um apanha bolas... Cuidadosamente, no dia anterior, elementos perigosos e cadastrados, evadidos da Cadeia de Custóias (fica no "Norte"), obviamente ligados à claque do Futebol Clube do Porto, tinham destruído todas as câmaras de vigilância inexistentes no local...

Ricardo disse...

Caros Barba Azul, Justiceiro Azul e Eterno Dragão,

já percebi que por mais que tente explicar as minhas ideias serei sempre apelidado de ter palas, de parcial, etc, etc, etc. Como não pretendo que me dêem razão a minha única motivação para que vi é debater os assuntos.

E o assunto é este: pelas vossas palavras, o que se sabe de PC não é suficiente para que o possamos chamar de corrupto. Eu discordo: um presidente que está envolvido nas escutas que são de conhecimento geral, que aceita pagar putas a árbitros e que recebe um árbitro em casa, antes de um jogo, é, quanto a mim, um corrupto. Se isso não bastasse, basta o facto de o presidente do porto ter decidio não recorrer da sentença aplicada ao clube, sob a suspeita justificação de que, defendendo-se ele, estaria a defender o porto. Ora, isto é absurdo: qualquer pessoa de bem que dirige um clube, defende-se a si próprio, a nível pessoal, e o clube, por respeito aos adeptos. Tentar juntar processos, como parece ser intenção da FPF, depois de o clube não ter recorrido e aceitado a sua culpa na sentença, é, então absurdo - mas talvez esta originalidade nas leis já vos seja simpática, uma vez que tanto criticaram e imaginaram os poderes todos contra vós; desta vez, imagino que a federação já esteja a fazer o que deve - e não iliba pinto da costa de ter aceitado como certas as acusações de tentativa de corrupção que sobre si e o clube recaíram.

Eu não sei quanto a vós, meus amigos, para mim estes indícios são mais que suficientes para ter a certeza de que PC faz mal ao futebol português. Nesse sentido, fora com ele!

E olhem que não sou o único. Um amigo portista diz-se envergonhado e apenas espera que PC saia o mais rapidamente do clube. Felizmente nem todos procuram dar desculpas ao indesculpável.

Cumprimentos.

Ricardo disse...

"minha única motivação para AQUI VIR"

Barba azul disse...

Ricardo

Repara que sustentas as tuas convicções quanto à culpabilidade do PC em suposições, em aparências, e que aceitas como sustentada e infalível uma condenação que forçosamente se baseia nas mesmas suposições não provadas "para lá de dúvida razoável" (para mim uma frase feliz do direito americano que conhecemos da televisão). E indignas-te por nos recusarmos a aceitar essa condenação e condenarmos nós também!
Por outro lado, hipócritamente (desculpa usar tanto este termo, não te chamo hipócrita como defeito de carácter - nem te conheço - mas como atitude presente), recusas-te a fazer os mesmos juízos de valor para o "teu lado", usando os rumores mais ou menos documentados que implicam LFV e o SLB. Chamei-te "legalista" porque me parece escudares-te na necessidade de esperar por um julgamento e condenação para te permitires debitar as tuas suspeitas. Há aí alguma incoerência!
Outra coisa: lês os meus argumentos e raciocínios (eu leio os teus) ou apenas procuras transversalmente os adjectivos negativos que te imputamos? Desculpa este julgamento, talvez precipitado: és melhor a falar do que a escutar.
Gostava de ter o dom oratório e a centelha de fé necessárias para te abrir a mente e coração e converter, qual Padre Cruz ou S. Francisco Xavier.
Saudações,
Barba Azul

Vímara Peres disse...

Ricardo

Vou escrever aqui uma pequena fábula para ver se, pelo menos, alarga um pouco o ângulo de visão das suas palas:

"Algures num beco escuro no Soho, numa madrugada nebulosa em pleno século XIX, ocorreram 2 assassinatos de prostitutas.

Um foi perpetrado por alguém desconhecido que não tinha antecedentes, nem voltou a repetir semelhante acto, o outro foi o último crime da longa série de Jack, o Estripador.

A princípio não se sabe quem são. No entanto há algumas provas circunstanciais que podem levar à atribuição das culpas a 2 personalidades londrinas conhecidas!

As autoridades escolhem o famoso detective Sherlock Holmes para a investigação do primeiro caso, o do homicídio único.

Surpreendemente, para o caso de Jack é destacado o obscuro inspector Lestrade!

Para o 1º caso a personalidade suspeita trata-se do diletante JNPC, para o 2º o comerciante próspero de fortuna recente LFV.

No primeiro caso Sherlock, baseia-se em 2 pontos: Um telegrama de JNPC para um amigo, que 2 agentes policiais resgataram da residência do mesmo, em que se lia o seguinte: Ontem à noite fui às putas ao Soho!

O segundo ponto trata-se das declarações polémicas de uma ex-amante desprezada de JNPC aos jornais, sobre factos da vida dele. Esta mesma faz parte agora do círculo de relações de LFV, o qual tem uma relação de ódio com JNPC.
Fruto destes dados, Sherlock entrega as suas conclusões ao procurador (que é casado com a conselheira fiscal de LFV) e JNPC é condenado por um tribunal de 1ª instância.

A sua família, crente na sua inocência, não pode crer em tal resultado! Mas o que acontece é mesmo isto. JNPC recorre a outra instância mas mesmo assim torna-se persona non grata na sociedade e proibido de entrar no melhor clube londrino!

Para o 2º caso foi encontrado também um telegrama de LFV, encontrado por coincidência também na residência do amigo de JNPC, comum a LFV. Era o seguinte o teor: Ontem fui às putas ao Soho. Não gosto delas, prefiro as das Docklands.”
Lestrade descarta o telegrama e pára aí as investigações…

Agora, alargue lá um pouco o ângulo das suas palas e analise esta situação, veja se há semelhanças.