domingo, 3 de fevereiro de 2008

Já tinham estado a 10?...

Estádio do Dragão, no Porto;
Árbitro: Paulo Baptista (AF Portalegre);

FC PORTO: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Lucho (Mariano Gonzalez, 63 m), Paulo Assunção (Castro, 79 m) e Raul Meireles; Quaresma, Farias (Adriano, 76 m) e Lisandro.

U. LEIRIA: Fernando; Éder, Lukasiewicz, Éder Gaúcho e Laranjeiro; Arvid e Cadú (Toñito, 59 m); Faria, Harison e Alhandra (Paulo César, 34 m); Marcelinho.


Disciplina: cartão amarelo a Harison (17 m) e Quaresma (86 m);

Resultado Final: 4-0;
Golos: 1-0 por Bosingwa (17 m); 2-0 por Farias (24 m); 3-0 por Lisandro (43 m); 4-0 por Farias (60 m).

Boa vitória ontem no Dragão.
Segundo jogo em casa com resultado 4-0.
E desta vez fomos competentes na concretização. O que nos faltou na semana passada.

Farias mostrou serviço, e está a aparecer no momento certo.
Completa bem Lisandro e Quaresma.
Temos trio para o ataque.
Mas será que o regresso de Tarik vai retirar o lugar ao Farias? Acho que não, pese embora o que Tarik já fez por nós.

Por mais que se tente dar minutos a Mariano, não adianta.
Ele deve ter tido algum problema no transporte de Milão para o Porto...
Simplesmente tudo lhe corre mal.
É muito estranho.
A mim até já me dá vontade de rir. Só não dá para chorar, porque felizmente não precisamos recorrer a ele para vencer jogos, senão...

Uma palavra para os vermelhos de lisboa: mas que grandes incompetentes!
Após o nosso esforço da semana passada para perder pontos e dar alguma emoção a isto, eles perdem pontos logo na jornada seguinte?...
Nem uma jornadazinha a 8 pontos?

Cá continuamos na frente, e bem longe da concorrência.

As palavras dos nossos intervenientes:

Jesualdo Ferreira
"Tivemos os espaços interiores muito ocupados, mas a exibição do FC Porto foi muito boa na primeira parte. Fomos muito sérios e mostrámos que estávamos muito confiantes. Após o 3-0, entrámos novamente bem, mas depois as substituições quebraram um pouco o ritmo da equipa. No cômputo geral, bom registo do FC Porto e um regresso às vitórias. Ficou provado o que eu disse no fim do jogo em Alvalade".
Sobre a exibição de Farías: "Não me está a surpreender. É preciso trabalhar muito, confiar e ter paciência, o que não existe no futebol".


Ernesto Farías
"Estive sempre confiante no meu valor, esperando as oportunidades de forma paciente. Agora, vou continuar a trabalhar da mesma forma. Estou contente, mas sobretudo pela equipa, que fez por merecer esta vitória".
"Claro que posso dar sempre mais, o meu objectivo é continuar a ajudar a equipa a conseguir títulos".
"O F.C. Porto sempre demonstrou confiança em mim. As coisas estão-me a correr bem e tenho de continuar a trabalhar para ajudar a equipa. Estou muito contente pela vitória sobre o Leiria e espero conseguir cumprir os nossos objectivos".


Lucho Gonzalez
"Entrámos com uma grande atitude e conseguimos alcançar uma excelente vantagem. Temos um jogo importante na taça e teremos que a encarar com humildade. Depois começamos a pensar na Liga dos Campeões".
"Se o campeonato está a ser fácil? Não. Temos uma boa vantagem mas temos que a manter. Hoje foi bom ver os adeptos a apoiar-nos. Mas temos que ser nós a puxar por eles. Quando assim é, tudo corre bem. Penso que eles estão satisfeitos connosco".
Sobre Farías: "Estou muito contente porque o conheço e sei que é um grande jogador. Teve a sua oportunidade e está a aproveitá-la muito bem".

4 comentários:

Penta disse...

Jogo simples e resultado robusto.
Com Luxo e Lixa a entenderem-se praticamente de “olhos fechados”, com um Quaresma mais pressionante que o habitual e a saber dosear a sua inevitável criatividade com um estilo de jogo mais simples e ainda com um Farías mortífero (pareçe-me que será, neste momento, um titular indiscutível).
Quase que se pode afirmar: Sistema do costume… vitória do costume.
É certo que contra o Sporting, mesmo com as mudanças no sistema de jogo, a equipa apresentou um excelente futebol e criou mais do que suficientes oportunidades para selar o encontro com mais uma vitória, mas não podemos negar que é no 4x3x3 que a equipa se mostra mais confortável, mecanizada e em que cada jogador sabe perfeitamente qual o seu papel (e o dos seus companheiros) dentro de campo.
Também é verdade que o Leiria foi um fraco opositor, mas o futebol dinâmico e inebriante apresentado pela equipa romperia qualquer estratégia contrária.

Uma palavra para:
Mariano - Já não precisa apenas de apoio psicológico também precisa de ir à “bruxa”. Quase tudo lhe saiu mal. Escorrega, tropeça e até contra o árbitro mandou uma bola. Sente-se que joga com uma tremenda pressão;

Castro - Estreou-se de forma desinibida;

O público - Apoiou de forma incondicional os jogadores. Sem assobios (ou quase);

Um abraço.

Pata Negra disse...

A contratação de Ernesto Farias, parece-me, neste momento mais uma grande contratação.
Parabéns ao clube e ao Jesualdo da forma como geriram o jogador.
Leiam BEM as suas palavras.
Muito mais do que no apito dourado, nas palavras de Farias e na gestão deste plantel, pode-se perceber o porquê de sermos sistematicamente CAMPEÕES!
Vamos falar dos últimos anos.
Realmente nos últimos anos tivémos 3 anos maus, em quantos?

Pentacampeões, depois três anos de seca, mas em que se reconstroí uma grande equipa, durante a seca lançou-se DECO, substituiu-se JARDEL, contratou-se BENNY, e ainda se contratou um jogador tão especial como o Dimitri Alenitchev, que durante muito tempo parecia um falhanço, mas se revelou UM CRAQUE (nos nossos grandes jogos esteve sempre lá), lançou-se Ricardo Carvalho, valorizou-se Jorge Andrade e Carlos Paredes, substituiram-se insubstituíveis, como João Pinto, Zahovic, Sérgio Conceição, André, diga-se o que se disser, esses anos de seca foram prolongados (para nós, que não estámos habituados), mas reconstruímos. Os outros demoram décadas!
De seguida dois campeonatos, uma Taça e uma simples Taça UEFA e uma banal Taça dos Campeões!
Ou seja dez anos 8 Campeonatos!

A banal Taça dos Campeões (eu gosto de lhe chamar assim) trouxe a destruição óbvia da equipa, relembremos, sairam, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, destruiu as articulações do Nuno Valente, levou-nos o DECO (o melhor jogador do mundo para um treinador, dito de outra forma o jogador que todos os treinadores do mundo queriam), modificou os sonhos do Costinha e do Maniche, criou mercado para o Pedro Mendes, alterou o Derlei e vendeu-o, colocou a cabeça do BENNY nas ilhas britânicas, e quer se queira quer não, envelheceu dois anos o VÍTOR BAIA e o JORGE COSTA.

Tivémos que ir ao mercado, comprámos muito, tinhámos de comprar! Comprámos mal, não tenho a certeza, comprámos Fabiano e Diego, dois grandíssimos jogadores, que simplesmente não funcionaram no nosso grande clube porque entraram naquela época, em que tudo só poderia correr mal, porque melhor já era impossível! Comprámos, mais um conjunto de jogadores que não funcionaram, mas naquela época nada iria funcionar!

Resumo 11 anos, 8 campeonatos, estávamos em crise!

Veio a 12ª época, reforços mais cirúrgicos, Lisandro, Lucho, reforços contratados com tempo, muito tempo, no dia em que fomos eliminados pelo Inter um amigo meu (com "inside information") já me tinha dito que na época seguinte vinham dois craques Argentinos, e uma maravilha brasileira! Substituímos BAIA, em paz! Lançou-se Pepe e Bruno Alves começou a ouvir os primeiros assobios, o Quaresma (hoje vale 25 milhões de Euros começou a ser falado como transferível, é de lembrar que vendemos o DECO e além dos 20 milhões, suponho eu, ainda nos deram mais uns potenciais 20 milhões, que rico preço que pagaram pelo nosso DEQUINHO.

12 anos 9 Campeonatos, era pouco!
OK treze anos 10 Campeonatos!
E vamos a caminho de 11 em 14.
Reconstruímos rápido, vendemos bem, comprámos de forma excelente, Bosingwa, Raul Meireles, Lucho, Quaresma, Ibson (esperem), Pepe, Anderson, Paulo Assunção (rodou e voltou em grande). Formámos centrais como ninguém (temos mais um Bruno Alves).
Porra somos mesmo grandes, até ficamos lixados quando perdemos um joguito, e a vermelhada só fica a 8 pontos! Isto é o que faz de nós especiais, os nossos momentos maus, seriam ANOS DE OURO de outros clubes!

Fanático disse...

Mesmo sem ter visto o jogo:

1) Grande jogo, grandes golos, goleada;

2) Grande ZB, Lixa continua sempre em grande (em golos, em passes, movimentação, ao meio, à esquerda, à direita, em todo lado), Lucho sempre influente, mas o destaque, face ao que tinhamos visto no passado (que não recente), tem que ir para o FARIAS, mais dois golos e grande exibição!

3) Esta jornada foi o voltar ao habitual: O FC a ganhar e a mostrar porque merece alargar a vantagem e os outros a mostrar que são inferiores e não são do mesmo campeonato;

4) Com a entrada do Farias, com o regresso do Tarik e com o Adriano em perda, significa que o JF precisa de mudar a equipa de início? Julgo que não, tanto mais que o Farias está com pé quente.

O Situacionista disse...

Disse o Penta e eu não podia estar mais de acordo "...Sistema do costume ... vitória do costume" !

E andou o Farias no banco durante 45 minutos em alvalade !! Adiante...

Em relação ao público que foi ao Dragão - Maravilhoso !!!


Caro Rui Gomes,

Seja muito bem vindo !

O seu post está excelente.

Relata em síntese, mas na perfeição, o processo de constituição de uma grande equipa. Que (tem de) começa(r) com a compra de inúmeros jogadores para depois ir sendo cada vez mais cirúrgica a entrada de mais jogadores.

Neste momento e com a "aparição" de Farias lá devem os comissionistas mal intencionados (e só estes !) ter apanhado mais uma congestão ... eles até já nem piam ... e até os "Mourinho dependentes" já guardaram na gaveta a estória do "foi o Mourinho que indicou..."

Quanto ao Quaresma, que foi adquirido na venda do Deco, foi-lhe atribuído uma valor de ... 6 milhões !!! Se for vendido por 25, que me parece manifestamente pouco (admito a sua venda por 35 milhões) vamos ter (mais) uma mais valia BRUTAL !!

Apenas um pequeno reparo e uma precisão, se me permite - não percebi a menção ao apito (a não ser que se refira ao avermelhado...); salvo erro, actualmente, são 9 em 13 (verdes 2, panteras 1 e vermelhos 1).


P.s. - Já que falei no Quaresma deixo-vos aqui um texto do seu maior defensor, MST:

1 - O futebol é um jogo relativamente simples, do ponto de vista táctico. Em cada equipa há um grupo de jogadores mais numeroso cuja função é evitar o golo do adversário e um grupo, de entre dois a quatro elementos, cuja função é tentar marcar golos ao adversário; entre um e outro grupo funciona o meio-campo, que faz a ligação entre ambos os sectores e que tem de fazer um pouco de ambas as coisas: defender quando a equipa não tem a bola e atacar quando a tem. Basicamente, durante o jogo, o que o treinador tem de fazer é decidir com quantos ataca e com quantos defende e colocar os jogadores certos nas posições certas. O resto, o resto que faz a diferença, é o talento dos jogadores lá dentro.

Há jogadores que podem ser muito úteis a uma equipa mas que jamais marcarão a diferença, a não ser pela negativa: podem tornar-se responsáveis pela derrota, num lance feliz, mas jamais serão capazes de se transformar em responsáveis pela vitória. São os chamdos «carregadores de piano» e, não desfazendo na sua utilidade, eles não passarão à história e nunca justificarão por si sós uma ida ao estádio para os ver jogar. Depois, há uma outra categoria de jogadores, largamente maioritária, que umas vezes jogam bem, outras jogam mal, umas vezes constroem jogo, outras destroem-no, e ocasionalmente são os heróis de um jogo. E há, enfim, os desequilibradores, aqueles que sozinhos são capazes de resolver jogos, de marcar golos ou dá-los a marcar e de fazer com uma bola nos pés o que ninguém mais consegue. Estes são os jogadores que ficam para a história, os que enchem estádios, os que se transformam em lenda, que passa de pais para filhos e atrai sucessivas gerações para a paixão por este jogo planetário. Sábado à tarde, no Dragão, Ricardo Quaresma voltou a mostrar, pela enésima vez, a razão pela qual todos os que gostam de futebol jamais esquecerão o seu nome e ainda hão-de falar com saudade muito depois de Quaresma ter arrumado as botas num canto nostálgico do armário lá de casa.

Há quinze dias atrás, no mesmo estádio do Dragão, um grupo de adeptos portistas lembrou-se de assobiar Quaresma. Por razões de simples gratidão e memória, bem podiam ter estado calados. Por razões de elementar justiça, bem podiam ter escolhido outro alvo. Mas, sobretudo e por razões de simples vergonha, deviam ter ficado respeitosamente calados se, numa tarde como as outras, as coisas não sairam a Quaresma tão bem como de costume e tão bem como ele sempre quer. Porque esses que então assobiaram Quaresma não percebem nada de futebol. Repito: não percebem nada, rigorosamente nada, de futebol. Ó desgraçado grupo de adeptos do meu clube: vocês hão-de chorar amargamente a ausência de Ricardo Quaresma!

Quando há dois anos atrás, essa inteligência superior que era Co Adriaanse resolver prescindir do Quaresma e toda a crítica o apoiou porque, diziam, o Quaresma não defendia, só atacava, eu fiquei entre a vontade de rir e a vontade de chorar. E lembrei até o exemplo do Jardel, cuja especialidade era outra, mas os resultados idênticos. O Jardel passava o jogo inteiro instalado entre os centrais, não recuando nunca para apoiar o meio-campo em situações defensivas. Num jogo inteiro, não tocava na bola mais do que umas dez vezes, mas, quando tocava, ou era golo ou um susto para o adversário. Para quê pedir ao Jardel que se desgastasse a defender e depois não tivesse forças para a impulsão para o cabeceamento que marcava golo decisivo? Para quê pedir ao Quaresma que defenda, se o seu génio é atacar e se o que interessa é que ele mantenha as forças para partir os rins aos adversários e cruzar como não se via desde os tempos do Drulovic?

Sábado, contra o Leiria, Ricardo Quaresma não se limitou a tirar três cruzamentos perfeitos para outros tantos golos (um deles anulado por offside): rematou, passou, desmarcou, atacou por ambas as alas e pelo centro, e desbobinou um impressionante e entusiasmante reportório de golpes de classe de que alguns deles não há ninguém mais capaz de fazer neste momento, em todo o planeta futobolístico. Desde o Madjer que eu não via tanta classe pura num jogador de azul e branco! A exibição do FC Porto atingiu momentos de autêntico luxo — como já sucedera oito dias antes em Alvalade, onde só um azar dificilmente repetível evitou goleada semelhante. Mas, dentro dessa exbição colectiva, houve também o espectáculo extra de Ricardo Quaresma. Dizem que agora é o Liverpool que o quer por 25 milhões: eu acho que ele vale 4O, pelo menos. Vinte, por aquilo que ele representa nas vitórias do FC Porto; dez, pelas receitas que vamos perder depois de não haver Quaresma para ir ver jogar no Dragão nem camisolas dele para vender; e outros dez pelos danos morais que a nação portista vai sofrer depois de ver partir o seu menino de ouro."
(este texto foi "pifado" ao Blue Boy que o fou buscar ao "Futebolar").