Esperemos bem que não. Porque senão já sei a decisão que o pai vai tomar logo à tarde.
É que o filho não passa de um fanático vermelho desmiolado.
Senão leiam o artigo (????) que o artola escreveu depois da reunião do CJ (embora antes da decisão do TAS….):
“Caos no futebol
A UEFA não gosta de “batoteiros”. Para grande espanto dos portistas foi isso que Platini chamou ao FC Porto: um clube “batoteiro”.
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Vamos aos factos: o FC Porto e o seu presidente Pinto da Costa envolveram-se perigosamente com árbitros há uns anos. Quando o caso se tornou público, foi feita uma investigação e, muitos meses mais tarde, o Conselho de Disciplina da Liga condenou o FC Porto à perda de 6 pontos, e o seu presidente a dois anos de suspensão. Como o campeonato já ia no fim e o FC Porto levava 18 pontos de avanço, os dirigentes portistas reagiram com arrogância e galhofa a uma condenação que sentiram como umas cócegas inofensivas. Com típica esperteza saloia, decidiram que o clube não iria recorrer da decisão, só o presidente o iria fazer. Assim, descontavam os pontinhos este ano e não se falava mais no assunto. .
Esqueceram-se dum pequeno detalhe: a UEFA. Ao não recorrer para não perder pontos no ano seguinte, o FC Porto reconhecia-se como culpado. Ora, a UEFA, já dissera o seu presidente Platini, não gosta de “batoteiros”. Convém repetir a palavra, para que ela penetre bem nos nossos duros ouvidos: “batoteiros”. Platini chamou ao FC Porto um clube “batoteiro”. Era portanto mais ou menos esperado que a UEFA iria condenar o FC Porto. Mas, quando tal bomba surgiu, os portistas de imediato gritaram furiosos que era tudo uma grande conspiração do Benfica contra eles!
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É importante relembrar que não foi o Benfica que não recorreu da decisão do CD da Liga, mas sim o FC Porto; nem foi o Benfica que decidiu impedir o FC Porto de participar nas provas europeias, mas sim a UEFA. Contudo, os escribas portistas davam a entender que as decisões eram tomadas pelo Benfica!
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Perante o profundo choque, os juristas do FC Porto meteram-se num avião para a Suíça a correr, e recorreram para um misterioso tribunal de que ninguém antes tinha ouvido falar, o Tribunal de Apelo da UEFA. Aí, depois de pressionarem publicamente o funcionário da FPF para ele não se armar em esperto, conseguiram convencer a malta europeia que o caso em Portugal ainda não tinha terminado, porque o Conselho de Justiça da FPF ainda iria apreciar o recurso que Pinto da Costa, em nome individual, tinha metido.
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Regressaram por isso a Portugal todos ufanos! O FC Porto afinal, ia mesmo participar na Liga dos Campeões! Pelos vistos, a malta da UEFA não era benfiquista mas sim portista, e por mais que Platini dissesse publicamente que a coisa não iria ficar por ali, os portistas acharam que tinha sido feita justiça!
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Faltava a última etapa: o Conselho de Justiça da FPF ia apreciar o caso, era preciso que ele desse uma decisão favorável a Pinto da Costa! Iniciou-se assim um processo subterrâneo na tentativa de influenciar o CJ. O presidente era amigo de Valentim em Gondomar, e o vice era grande amigo de Pinto da Costa, até lhe organizava homenagens na Assembleia da República. A coisa parecia estar no papo!
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Contudo, no dia da votação, a maioria dos conselheiros do CJ não quis ir na conversa do seu presidente e do seu vice. Que faz então o presidente do CJ ? Bem, como não conseguiu expulsar um dos conselheiros, decidiu acabar com a reunião ali mesmo! Qual votação, qual carapuça! Se a votação é para perder, acaba-se já isto e toca a lavrar acta! Mas, para espanto do presidente e do vice, que fugiram dali como dois cobardolas, os outros conselheiros ficaram e até votaram! O desastre portista ficava à vista de todos!
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O presidente do FC Porto perdia o recurso, e portanto ficava exposto a uma decisão final da UEFA contra o seu clube. Uma tragédia no Dragão, coisa que ninguém esperava e ninguém previra! Podia lá ser! Uma fúria imensa levantou-se, e foram iniciadas pressões sobre a FPF para que isto não ficasse assim! O FC Porto jamais aceitará que cometeu erros e que usou estratégias erradas. Primeiro, há que rebentar com a credibilidade dos órgãos da FPF, da Liga, o que for preciso. Aproveitando-se deste campo minado que é o futebol luso, o FC Porto tenta de tudo para evitar enfrentar a dura mas óbvia realidade: cometeu erros graves e tem de pagar por eles. É assim a vida.”
Domingos Amaral, Director da revista “GQ”