sábado, 13 de dezembro de 2008

Festa da Taça a caminho do Jamor...

Oitavos-de-final da Taça de Portugal
Estádio Municipal Prof. Cerveira Pinto, em Cinfães
Árbitro: João Capela (Lisboa)
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CINFÃES: Miguel Matos; Nakata, Jonas, Kipulo e Luís; Pinto (Serra aos 86m), Rogério e Rui Gonçalves; Mauro (Zé Pedro aos 85m), Sérgio Silva (Sidon aos 88m) e Miki;
Treinador: Vítor Moreira;

FC PORTO: Nuno; Tengarrinha (Candeias aos 35m), Stepanov, Rolando e Lino; Tomás Costa, Pelé e Guarin; Tarik Sektioui (Hulk aos 71m) , Farías (Rabiola aos 87m) e Mariano;
Treinador: Jesualdo Ferreira;

Resultado final: 1-4;
Marcadores: Farías (aos 52m), Sérgio Silva (aos 76m), Guarin (aos 78m e 86m) e Candeias (aos 82m);

Como não vi o jogo, deixo-vos infra a crónica de quem viu e aqui o resumo do jogo.

Maisfutebol (13/12/2008)
"O F.C. Porto garantiu o resultado esperado, na 5ª eliminatória da Taça de Portugal, mas a história deve reservar um capítulo para uma brava legião de Cinfães, enaltecendo a abnegação da equipa da III Divisão frente ao tricampeão nacional. Os dragões regressam a casa com uma vantagem de três golos, mas arriscaram demasiado. Sem castigo, de qualquer forma.
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Jesualdo Ferreira poupou oito titulares e promoveu um exame global às soluções existentes no plantel do F.C. Porto. A Taça de Portugal surge como cenário de rodagem competitiva para os elementos pouco utilizados até ao momento. O grande desafio consiste em colocar os índices de motivação a um plano aceitável. Uma vez mais, a resposta não convenceu.
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O plano B do F.C. Porto foi insuficiente para intimidar o Cinfães, terceiro classificado da Série C da III Divisão. As realidades são incomparáveis. O treinador portista reuniu um grupo de internacionais e subiu o rio Douro, encontrando uma terra onde o azul e branco predomina. Na 5ª eliminatória da Taça, com o coração dividido, os locais prometeram torcer pela equipa da casa, esquecendo a simpatia pelos tricampeões nacionais.

Com pasteleiros, estudantes, engenheiros e um treinador dedicado à sua loja durante a semana, o Clube Desportivo Cinfães foi controlando a ansiedade até ao momento do apito inicial. Seguiu-se o mais fácil: jogar futebol. Estes homens, trabalhadores anónimos durante os dias da semana, tinham a oportunidade única para assinalarem as carreiras desportivas com letras douradas.

Durante largas semanas, todos iriam falar da segurança defensiva de Kipulo e Jonas, nomes mais conceituados do plantel. Nos cafés, choveriam elogios à classe de Rui Gonçalves, à velocidade de Mauro pela direita, à irreverência de Miki pela esquerda. O F.C. Porto, atrapalhado, ia fazendo o jeito, tremendo a cada investida.

Ao longo da etapa inicial do encontro, cinco mil pessoas assistiram a um duelo equilibrado entre dois clubes com quatro escalões de diferença. Equilíbrio até soa a elogio, face ao desempenho cinzento dos dragões, mas o Cinfães não conseguiu marcar e foi perdendo a fé. Jesualdo Ferreira sentiu o perigo e respondeu pouco depois da meia-hora, trocando o aflito Tengarrinha por Candeias. Lentamente, o F.C. Porto despertou.
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Curiosamente, o golo portista surgiu quando o Cinfães desenhava mais um ataque. Passe errado, bola em Mariano González e talento a resolver um problema bicudo. O argentino flectiu da esquerda para o centro, Miguel Matos defendeu para a frente e Ernesto Farías desfez o nulo, na recarga.

O F.C. Porto encarava a etapa complementar com maior tranquilidade, dedicando o seu tempo a gerir a magra vantagem. O adversário ia baixando os braços, claudicando em termos físicos, e os dragões voltaram a entrar numa espiral de sobranceria. Quando Sérgio deu uma tremenda cabeçada na apatia generalizada, após canto cobrado por Miki, voltou a pairar a incerteza. O sonho esfumou-se rapidamente. Guarín bisou em lances de bola parada e, pelo meio, Candeias também picou o ponto. Ponto final, aliás."

As palavras dos nossos intervenientes:
Jesualdo Ferreira
«Quero felicitar o Cinfães pois tem uma equipa muito boa, atrevida, um relvado excelente, muito rápido. Foi uma má primeira parte do Porto, com pouca atitude. Na segunda entrámos melhor, pressionámos, fizemos o primeiro golo. Quando se joga a representar o Porto é importante que todos saibam que desde o primeiro minuto têm de ter uma atitude séria.»
«Na primeira parte era importante jogar pelas faixas. O Candeias entrou bem, mas só estabilizou na segunda parte. Era importante que conseguíssemos criar maiores dificuldades ao adversário. É bonito ver gentes nas varandas a ver o futebol. É festa, é Taça. Momento mau da primeira parte e razoável na segunda. Foi um jogo bom para conversarmos sobre ele. O Freddy (Guarín) é o exemplo daquilo que eu penso.»

Um abraço a todos e um forte POOOOORTOOOOO!!!

7 comentários:

dragao vila pouca disse...

Objectivo atingido, mas com uma exibição muito aquém do que se espera a uma equipa Tricampeã.
Da primeira-parte é melhor nem falar do F.C.Porto e limitar-me a realçar a excelente prestação do Cinfães.
No segundo período, houveram melhorias, mas só aconteceram na parte final - após o 2-1 -, quando a equipa da terceira divisão, já não tinha força física e anímica, para reagir e ripostar.

Paulo Marques disse...

Bom, a gestão de esforço também tem sido uma boa arma. Esperemos que o resto da táctica vá melhorando.

Azzulli disse...

Assim à primeira vista não será muito motivante jogar à chuva, com vento, num campo modesto, e contra uma equipa da 3ª divisão.
E foi isso que se viu.

Só que não pode ser.
Não quando se joga no FC Porto.

Estes jogos são para mostrar que se tem a cabeça no lugar, e que se está pronto para entrar no melhor onze.

Fizemos muitos passes errados, e estivemos sem estratégia de ataque.

O melhor: Guarin e Candeias
O pior: incrivelmente, o Tarik… muito apagado e desmotivado.

Independentemente de jogarem estes ou outros, continuo a dizer que a nossa táctica é muito defensiva, encolhida e medrosa.
Em situação defensiva temos de ter atacantes posicionados entre os defesas adversários, para sairmos muito rapidamente e chegar à baliza adversária, e para perturbar os defesas.
Em situação ofensiva, temos de ter laterais a subir, médios a entrar no ataque, e pelo menos um ponta de lança na área, sempre.
E isto contra qualquer que seja o adversário.
Mas isto sou eu a dizer, depois de ter visto o Barcelona jogar contra o Real Madrid...

O Situacionista disse...

Para além da nossa vitória e da excelente exibição do Cinfães, só gostei de ver aquele prédio em frente ao estádio, cujo proprietário deve ter feito uma fortuna. Deviam lá estar praí 50 pessoas nas duas varandas.

Magnífico.

Eterno Dragao disse...

É verdade: foi uma exibição muito fraquinha da nossa segunda equipa.

Contudo, houve aspectos positivos: a excelente jogada do Cristian Gonzalez (perdão, Mariano Rodriguez; perdão, Mariano Gonzalez) no primeiro golo; a boa exibição do Guarin.

Uma pergunta: não será boa ideia empresta(da)r o Bolatti?

rapariga do norte disse...

A exibição foi muito má, então na primeira parte nem falo.
Eles têm que se lembrar que seja quem seja o adversário os jogos são para se ganhar e que se forem para o campo com a mentalidade que o jogo está ganho as coisas podem acabar por correr mal, felizmente ganhamos e isso é o mais importante.

Fanático disse...

Estive fora e só sabia o resultado.

Pelas crónicas e declarações do JF diferença de golos é enganadora, mas o que releva é que passámos mais um obstáculo e :

a) somos o único clube dos três do costume que está nas competições todas;

b) é a 8ª vitória consecutiva, com LC, TP e 1ª Liga;

c) ano passado fomos eliminados prematuramente;

d) a dinâmica de vitórias está em marcha e respiramos confiança.