sábado, 18 de outubro de 2008

Por obra e graça do "Espírito Santo"...

3ª eliminatória da Taça de Portugal
Campo de Jogos Dr. Marques dos Santos, na Sertã
Árbitro: Cosme Machado (Braga);
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SERTANENSE: Fábio; Tiago (Anderson aos 63m), Salgueiro «cap» (Diego Campos aos 61m), Pedro Miguel e Américo; Leandro, Bruno Xavier e Filipe Avelar (Fernandinho aos 69m); Farinha, Joca e Baba;
Treinador: Eduardo Húngaro;

FC PORTO: Nuno, Tomás Costa, Stepanov, Pedro Emanuel «cap» e Benitez (Bolatti aos 32m); Mariano (Tengarrinha aos 76m), Pelé e Lino; Sektioui (Candeias aos 62m), Farías e Hulk;
Treinador: Jesualdo Ferreira;

Resultado final: 4-0;
Marcadores: Sektioui (aos 45m), Farías (aos 59 e 74m) e Diego Campos (aos 77m, autogolo);
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Pronto. Lá está o “gajo” outra vez. Dirão alguns ao lerem o título.
Mas tem de ser.
Por isso, mesmo correndo o risco de “chover no molhado”, volto a afirmar que, neste momento, o Nuno merece a titularidade. E se o JF não reconhece isso, então está a prejudicar-nos a todos e intencionalmente. Pois não está a colocar os melhores jogadores (do momento) em jogo. Como o Scolari tantas vezes fez. O que não posso aceitar. Como não aceitei ao outro.
Aqui fica a análise de quem viu o jogo, já que eu não pude ver: “…vai ser difícil a Hélton recuperar a titularidade. Pelo menos não há razões evidentes para tirar Nuno do onze. Seguríssimo, como sempre, por quatro vezes aguentou a vantagem em alturas menos pacíficas. Na retina ficaram duas defesas: primeiro em voo a remate de Bruno Xavier, depois a roubar o golo a Baba no chão.

Segundo rezam as crónicas, destacaram-se também Tarik, Hulk, Farías (este apenas pelos golos) e Pelé.
Quanto a mim, destaco ainda JF.
Finalmente foi capaz de reagir atempadamente e efectuar uma substituição antes do intervalo.
Será que percebeu que as substituições não têm hora marcada e são para se fazer sempre que haja necessidade de rectificar (em tempo útil) algo que esteja correr menos bem? A ver vamos os próximos capítulos.

E o jogo?
Bom, como já disse, não vi o jogo. Nem podia ver. Mas também não fiquei admirado.
Já cheguei à conclusão que os jogos do tricampeão não são dignos de transmissão (a rima fraca não foi intencional).

Deixo-vos, por isso, a crónica publicada no “maisfutebol”:
O F.C. Porto repetiu a dose na visita à bela Sertã, marcando mais quatro golos (0-4) a um adversário com pouca vontade para participar numa festa azul e branca. Jesualdo Ferreira recorreu à segunda linha, tal como fizera na época passada, mas teve mais calafrios que o esperado. Uma questão de tempo, com a qualidade dos dragões a sobrepor-se à abnegação do rival, a militar na III Divisão.
Sertanense à desgarrada no Campo de Jogos Dr. Marques dos Santos, numa atitude que intimidou o tricampeão nacional desde o apito inicial de Cosme Machado. O F.C. Porto apresentava-se com roupagem nova, qual fato-macaco de tecido fino e pouco recomendável, em contraste com as vestes de gala apresentadas no clássico de Alvalade.
Nuno manteve-se na baliza do F.C. Porto e voltou a ser fundamental, travando inúmeras investidas orgulhosas da equipa da casa. Tomás Costa, também ele titular no último compromisso dos dragões, desceu no corredor para tapar o lado direito da defesa, mas o guineense Babá foi a traça mais incómoda ao longo do encontro. Tudo o mais era novo, no onze de Jesualdo Ferreira, numa tentativa de rentabilização dos elementos do plantel, a par da gestão de esforço dos inquestionáveis.
Stepanov, central com crónica tendência para protagonismo em momentos pouco felizes, recebeu sério aviso ao quarto minuto de jogo. Joca usou o corpo para conquistar espaço e visou a baliza de Nuno, com perigo. Este foi, aliás, o filme da primeira parte. Sertanense a espreitar, sem vergonha, e o F.C. Porto a lutar contra os próprios fantasmas, numa crescente espiral de insegurança.
Jesualdo Ferreira tentou afastar os fantasmas de Atlético e Fátima, na antevisão do encontro, mas o Sertanense crescera em relação ao desaire da época passada (0-4) e resistiu até bem perto do intervalo. Benítez foi sacrificado à meia-hora, os dragões passaram a subir em 4x4x2 e só precisaram de um par de oportunidades para marcar. Hulk ameaçou, Tarik concretizou, de cabeça, na sequência de um canto.
O extremo marroquino arrecadou pontos na luta pela titularidade e promete ultrapassar toda a concorrência a breve prazo. Hulk também deixou pormenores interessantes, mas afastou-se dos momentos decisivos. Com uma hora de jogo, Tarik voltou a aparecer, fugindo pela direita para servir Farías. O ponta-de-lança, intermitente como vem sendo habitual, surgiu isolado na área e resolveu a questão bicuda.
Recuando no terreno de jogo, importa destacar a mini-série do salvador Nuno Espírito Santo. O primeiro capítulo, no Estádio de Alvalade, foi transmitido em directo, mas nada que se compare à sequela, na remota mas simpática Sertã. Destaque para um voo soberbo ao minuto 41, após bomba de Bruno Xavier. Hélton estaria a ver?
O F.C. Porto cresceu com o decorrer do encontro, qual Golias frente ao cansado David. A cada defesa de Nuno, o Sertanense perdia a esperança. Do outro lado, abriam-se vias para a goleada. Farías repetiu o bis da época passada, após choque entre Hulk e o guardião Fábio, surgindo Diego Campos a fechar a contagem, com um belo movimento de cabeça, mas em direcção da própria baliza. Queda natural perante um gigante.


As palavras dos nossos intervenientes:
Jesualdo Ferreira
O F.C. Porto foi uma equipa que na primeira parte não entendeu que jogo era este. Por isso tive que mexer cedo no onze. Na segunda parte entrámos melhor, fizemos o segundo golo e acabámos por tornar a vitória natural. Mas foi um jogo difícil, num campo difícil, mais difícil do que na última época. Também por isso não foi possível fazer um bom espectáculo. Mas a equipa sabe que quando não é possível jogar bem, deve jogar-se o suficiente para chegar à vitória. Temos competições na terça-feira e no sábado, por isso foi necessário fazer uma gestão do grupo. O que fica é uma vitória justa, e o empenho de jogadores que são campeões nacionais e que estiveram dispostos a atirar-se ao chão, a sujarem-se e a lutar.
Sobre a arbitragem:Eduardo Húngaro queixou-se da arbitragem? Não vi nada de especial no trabalho do árbitro. Foi um jogo duro, um jogo viril, dividido e que teve muitas cargas de parte a parte, apenas isso. Deste jogo fica uma vitória justa de uma equipa empenhada e trabalhadora. Não apresentei uma equipa de segunda linha. O plantel do F.C. Porto tem 24 jogadores que vão garantir a participação em todas as competições. Há jogadores que jogam mais vezes, mas esta equipa tinha campeões, bicampeões, campeões da Europa e campeões do Mundo. É bom não esquecer isso.

Pedro "Olhar de Dragão" Emanuel
Sabíamos que não ia ser fácil, o estado do terreno também não ajudou muito, mas isto não são desculpas. Demonstrámos hoje que temos um plantel de muita qualidade, demorámos um pouco a acertar o ritmo mais desejado, mas encarámos sempre este desafio com a maior das seriedades. A equipa mostrou muito profissionalismo, todos merecem os parabéns até porque têm trabalhado de forma árdua para terem as suas oportunidades. Repito, demonstrámos que o nosso grupo é muito competitivo.
Sobre o jogo de terça-feira:Estamos preparados para todos os encontros, não só o de terça-feira, mas também para os próximos como estivemos para este. Sabemos da importância desse compromisso, mas abordámos qualquer partida com a mesma ambição. O jogo do Dínamo de Kiev é terça-feira é nele que agora que agora estamos inteiramente concentrados, logicamente o nosso desejo é somar mais três pontos na Champions.
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Um abraço a todos e um forte POOOOORTOOOOO!!!

10 comentários:

dragao vila pouca disse...

Não vi o jogo, mas parece que foi mais complicado que na época passada, embora o resultado tenha sido igual.
Bem o Nuno e bem também, o Jesualdo, que desta vez não teve medo de mexer ainda na 1ª parte.
Tarik, vai fazer muito jeito e o Pélé também.
Um abraço

Fanático disse...

Ganhámos e isso é que releva neste momento e MAIS NADA!!!

Azzulli disse...

Lá tivemos um regresso ao passado, ao tempo em que os jogos eram à tarde, e só davam na rádio...

Eu liguei o rádio pelos 30 minutos da 1ª parte, e pouco depois ouço "substituição no FC Porto"!!
Como?!?
Queres ver que começou às 15h e já está na 2ª parte?!?!?
Mas não.
O JF fez uma substituição na 1ª parte!!!
Yuppi! Eia! Uau!

Outra ideia a tirar do jogo, é que temos um jogador especialista em jogar com o Sertanense: o Farias.
Já fez o seu jogo.
Pode ser dispensado.

Bom o regresso do Tarik.
Parece que o Pele deu boas indicações. Bom também.

Agora há que apontar baterias ao jogo da Champions, não só para vencer o jogo, mas para limpar a imagem que deixamos no último!

O Soldado Azul disse...

Segundo o que ouvi e li entrámos mal mas depois a superioridade foi natural ! Certamente contribuiu o facto de termas marcado mesmo no final da 1ª parte mas com maior ou dificuldade acredito que acabaríamos por marcar o primeiro, não obstante as eliminações prematuras do passado (Atlético...)!
O jogo importante é na próxima 3ª feira, diria mesmo crucial! Temos que ganhar! Vai ser muito dificil!
Fico contente que o Tarik já jogue e pode muito bem ser titular contra o Dinamo...
Saudações

O Situacionista disse...

Felizmente o meu pressentimento estava totalmente votado ao fracasso.

Mas, atenção, tivemos sorte e, como bem dizes Penta, o "Espítito Santo" a jogar por nós.

O Prof. arriscou em demasia. Sem necessidade. Há jogadores sem jogar há 15 dias. Mas, correu bem. Desta vez. Siga para bingo.

Ah, e o prof. mexeu na equipa na 1ª parte. Extraordinário ! Estaria em estado febril ? Fica aqui a dúvida. Até ser dissipada pelos médicos dos verdes. Especialistas na matéria...


P.s. - O Quique é um cromo do caraças. Bem engraçado ! Cada vez gosto mais dele ! Mexeu na equipa perto dos 60 minutos !! E logo na semana em que se tentou dizimar o Carlos Queiróz...

O Situacionista disse...

Quanto a questão do guarda redes para amanhã, começo por dizer o seguinte:

Vai ser uma dor de cabeça para o prof.. Mas das boas ! Fossem sempre assim.

O Nuno está em super forma, o Helton está recuperado e é, na minha opinião, o melhor.

Quem deve jogar ?

Ha um aspecto que tenho para mim, por absolutamente assente - a questão do guarda redes nada tem a ver com a de um jogador de campo.

Dizer o contrário é manifestar desconhecimento. Diria até que é a típica opinião do "pipoqueiro" ! O que não quer dizer que não seja legítima.

O posto de guarda redes é um posto específico.

Por outro lado, a lógica não pode ser, simplesmente, a da melhor forma. Ha toda uma série de aspectos a ponderar (capacidade, forma, motivação, conhecimento dos colegas, etc)


O Penta, chama à colação a Selecção Nacional.

Parece-me pertinente e inteligente, mas ao mesmo tempo, está a comparar duas realidades diferentes e incomparáveis. Um clube e uma selecção.

Alguma vez viram uma equipa/clube no mundo que trocasse de guarda redes, sei lá, de 3 em 3 meses ?

Claro que não.

Porque será ?

E não me digam que é porque um está sempre em melhor forma do que o outro.

Espero, acima de tudo, que o prof. saiba escolher o ... melhor para o FC Porto.

O Situacionista disse...

Está resolvido.
Nuno a titular.
Helton não foi convocado.
Opção técnica do prof..
Só não percebo porque é que o Helton não vai para o banco.

Penta disse...

Situacionista,

Por falta de tempo, não posso agora dar a minha opinião acerca das questões que (muito bem) levantas.

Prometo que até ao final do dia o farei.

Um abraço.

Penta disse...

Meu caro Situacionista,

Ponto 1 – Concordo quando afirmas que o Helton é o melhor guarda-redes. E nunca coloquei isso em questão. Aliás, já em tempos afirmei que “o Helton do tempo do Adriense. Ou seja, o Helton que conquistou a titularidade ao Baía. Ou seja, o Helton que também conseguiu conquistar a titularidade da baliza brasileira.
ESSE Helton é, sem dúvida, o guarda-redes do meu FCP. Mesmo que em questão de mística o Nuno lhe seja superior".
O que digo, como já o disse antes é que “ESTE Helton não.
Por isso afirmei anteriormente que NESTE MOMENTO o Helton não é o melhor guarda-redes do FCP e que, por isso, não deve ser o titular.
Ultrapassou a margem de erro a que tinha direito.
Por muito menos, o nosso Baía foi substituído precisamente por ele.
Assim, por uma questão de justiça, igual oportunidade deve ser dada ao Nuno".

E não vejo motivos para alterar uma vírgula.

Ponto 2 – Concordo também quando afirmas que a posição de guarda-redes é uma posição específica. E que “nada tem a ver com a de um jogador de campo”.
Tudo certo. Certíssimo, aliás.
Mas, mesmo assim, chegamos a um ponto em que não podemos negar as evidências. Mesmo quando se trata de uma posição específica. E se demorou tanto tempo foi precisamente por se tratar dessa posição específica.
E como tal a mudança é necessária. Diria, até, imperativa. Não só para salvaguardar o Helton, como para lhe dar algum tempo de reflexão e para que se motive na luta para recuperar a titularidade.
Penso até que um dos pontos para o abaixamento de forma do Helton, poderá ter sido o facto de (inconscientemente) sentir que o seu lugar não estava ameaçado. Mesmo perante o facto de ter cometido vários erros (graves) com custos de pontos e eliminatórias para o clube.

Assim, quando afirmas (e bem) que “a lógica não pode ser, simplesmente, a da melhor forma. Há toda uma série de aspectos a ponderar (capacidade, forma, motivação, conhecimento dos colegas, etc)”, parece que estás a desmontar, passo a passo, o pensamento de JF quando decidiu a opção pelo Nuno.

Ponto 3 – Um clube e uma selecção são efectivamente 2 realidades diferentes.
Mas eu não pretendi, como te pareceu, comparar essas realidades.
A única comparação que fiz tem a ver com a teimosia (com prejuízo para o clube como para a selecção) das escolhas de ambos. E teimosia como essa é de criticar, seja num clube ou na selecção, seja no futebol ou no andebol, seja na carica ou na bisca lambida.
Sendo o exemplo mais flagrante, a questão do guarda-redes titular. Que o eram ambos (Ricardo e Helton) independentemente de o merecerem e independentemente da sua forma.
Isso não se pode aceitar.
Não quando o clube fica prejudicado.

Um abraço.

Penta disse...

Já me ia esquecendo.

Também não percebo porque é que o Helton não vai para o banco.
E só espero que não tenha sido por ter reagido mal à decisão técnica.
A ser assim não tinha aprendido nada com o Mítico Vítor Baía.

Mas tenho a certeza que não terá sido isso e que haverá uma qualquer explicação para o sucedido.

Um abraço.