quinta-feira, 6 de março de 2008

FOMOS DIGNOS ! FOMOS HONRADOS ! TIVEMOS ATITUDE À DRAGÃO !

Estádio do Dragão, Porto
Oitavos de Final da UEFA Champions League (2ª mão)
Árbitro: Howard Webb (Inglaterra)
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FC PORTO: Helton; Bosingwa (Mariano Gonzalez, aos 53 m), Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Lucho Gonzalez, Paulo Assunção e Raul Meireles (Marek Cech, aos 96 m); Tarik Sektioui (Farias, aos 58 m), Lisando Lopez e Ricardo Quaresma;
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SCHALKE 04: Neuer; Rafinha, Bordon (Howedes, aos 114 m), Krstajic e Westermann; Grossmuller (Rakitic, aos 111 m), Jones, Ernst e Kobiashvili; Altintop e Kuranyi (Asamoah, aos 78 m);
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Resultado final após prolongamento: 1-0 (Lisandro Lopez, aos 85 m);
Grandes penalidades (1-4): 0-1, Rafinha; 1-1, Lucho Gonzalez; 1-2, Rakitic; Bruno Alves falhou; 1-3, Altintop; Lisandro falhou; 1-4, Jones;
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Disciplina: Cartão amarelo a Kuranyi, Jones, Westermann, Lucho Gonzalez e Kobiashvili; Cartão vermelho a Fucile (aos 82 m);
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FOMOS DIGNOS ! FOMOS HONRADOS ! TIVEMOS ATITUDE À DRAGÃO !

E, quando assim é, qualquer crítica que me pareça ajustada, especialmente em relação a erros individuais, quer dos jogadores, quer do treinador, fica desprovida de sentido. De qualquer sentido.

Fico marado quando o FC Porto perde. Mas quando perde depois de deixar a pele em campo, eu … BATO PALMAS ! Como fiz ontem. E eles bem mereceram !

Esta eliminatória não quis nada connosco. As coisas não saíam, pura e simplesmente. Mas nós, neste segundo jogo, tudo fizemos para mudar o destino que parecia já estar traçado. Não conseguimos. A lotaria nada quis connosco. Acontece aos melhores.

Mas,
A luta, o querer, a vontade, a solidariedade, o sacrifício, o esforço, foram EXEMPLARES ! Tive orgulho naqueles jogadores ! Tive, mais uma vez, orgulho no meu Clube.

Portanto, resta-me dizer:

Tenho uma HONRA ilimitada e sinto um PRIVILÉGIO único em ser adepto do único clube português que é BICAMPEÃO DO MUNDO !

Viva o Futebol Clube do Porto !

P.S.: O nosso Clube é tão INCOMPARÁVEL que ontem devemos ter dado a maior alegria da época aos vermelhos e aos verdes. Ou seja, o Futebol Clube do Porto é, por razões diversas, a alegria e a tristeza de um país inteiro. No fundo, tudo gira em redor do Bicampeão do Mundo.


Ecos do Dragão:
A Bola
"O FC Porto podia ter resolvido a seu favor a eliminatória sem ter sujeitar-se à lotaria das grandes penalidades. Foi a melhor equipa durante os 120 minutos de jogo-jogado, mas foi traída pela teia defensiva montada pelos alemães, que quase se limitaram a defender (bem), com destaque para o guarda-redes Neuer, que foi gigante entre os postes, defendendo quase «tudo», incluindo os remates de Bruno Alves e Lisandro nas grandes penalidades."

O Jogo
"O melhor e o pior que há a dizer do FC Porto, nas exéquias de 2007/08, versão Liga dos Campeões, é que, antes de a perder nos penáltis, fez parecer fácil a qualificação para os quartos-de-final. Tarik, duas vezes (13' e 55'), e Quaresma (102') numa oportunidade que vale bem por dez, forçaram o pescoço dos alemães no cepo e depois pousaram o machado ao lado, de levezinho no caso do marroquino - porque o guarda-redes Neuer fez grandes defesas -, com estrondo, no caso do português, que até poderia personalizar sozinho o fracasso de ontem. E não será de estranhar que alguém lho ponha aos ombros. Acaba com custos reais - visíveis no campo, na época e nas finanças - a discussão que dura há mês e meio sobre o equilíbrio entre o deve e o haver de Quaresma. Ontem, é garantido, que ele não terminou no lado dos credores."

Maisfutebol
"Épico este Porto, só parado por um gigante que entra para a galeria dos malditos do futebol português. Manuel Neuer, um guarda-redes em ascensão que defendeu duas grandes penalidades depois de ter sido um milagreiro ao longo do jogo. A equipa de Jesualdo Ferreira sai de cena, deixando os jogadores portistas num pranto. Treze anos depois de ter perdido no Estádio das Antas com a Sampdoria também nos penalties (Taça das Taças), o F.C. Porto volta a não conseguir suplantar essa vertigem. Se em 95 foi Latapay a falhar o remate decisivo, numa noite gelada e molhada, desta vez calhou a Lisandro vestir a pele de vilão. E logo ele, que tanto tinha feito para alimentar o sonho. Ainda assim, os dragões foram gigantes, conseguiram suplantar a dificuldade de jogar quarenta minutos com dez elementos, num esforço que se tornou inglório. E manifestamente por culpa própria, porque falharam várias oportunidades para marcar."

UEFA.com
"Os "dragões" fizeram tudo ao seu alcance para impedir a eliminação, mas a falta de pontaria e uma exibição portentosa do guarda-redes Manuel Neuer pareciam ir cobrir a noite de desilusão para os campeões portugueses no tempo regulamentar. No entanto, o inevitável Lisandro López empatou a eliminatória a quatro minutos dos 90. Mesmo a jogar com dez durante todo o prolongamento, a equipa portuguesa foi a única que tentou evitar as grandes penalidades, sem sucesso. Chegado o momento da verdade, Bruno Alves e Lisandro López deitaram tudo a perder."



As palavras dos nossos intervenientes:
Jesualdo Ferreira
"Quem viu o jogo pode entender a nossa grande frustração. Direi que é cruel a forma como saímos da Champions, depois de perder nas grandes penalidades. O FC Porto foi melhor nos dois jogos, com excepção dos primeiros 20 minutos em Gelsenkirchen. Teve mais ocasiões de golo, foi uma equipa mais madura e mais versátil tacticamente. Hoje, conseguimos ter sempre o controlo do jogo, durante os 120 minutos, mas tivemos de lutar contra a falta de eficácia em relação a três ou quatro ocasiões claras, ainda na primeira parte e depois na segunda. Resistimos à lesão de Bosingwa; resistimos à expulsão [Fucile], quando passámos a jogar com dez. Ainda assim, conseguimos marcar o golo e tivemos, na primeira parte do prolongamento, ocasião de fazer por duas vezes o golo que nos colocaria fase seguinte. Não aconteceu e acabámos por pagar tudo isso, com alguma crueldade, nas grandes penalidades. Mas o registo que fica, e isso é o mais importante, é que os jogadores do FC Porto fizeram um grande jogo e quero felicitá-los por isso. Tiveram grande dignidade e não mereciam passar por esta situação. Por outro lado, é importante que os jogadores sintam que perder desta maneira custa muito, mas reforça ainda mais as nossas capacidades para ganhar os jogos seguintes e as competições que se seguem."

Raul Meireles
"Estamos todos tristes, mas orgulhosos. Mostrámos, uma vez mais, que somos uma grande equipa. Perder desta forma custa muito, pois sabemos que fomos verdadeiros campeões em campo. Isto, apesar da expulsão injusta do Fucile, como toda a gente viu. Fizemos tudo para passar à próxima eliminatória, por isso digo que toda a gente deve estar orgulhosa. Não vale a pena discutir se houve ou não lances duvidosos, porque a verdade é que tivemos muitas oportunidades que não conseguimos concretizar. É triste perder assim."

Bruno Alves
"Pelo que demonstrámos durante os noventa minutos mais o prolongamento fomos claramente superiores e tivemos de possibilidades para matar o jogo. Criámos muitas oportunidades, mas infelizmente não conseguimos. Ainda temos muita coisa para ganhar. Estou muito triste por ter falhado o penalty, mas também orgulhoso pelo que fizemos durante o jogo. Estou triste porque gostava de ter ajudado a equipa a passar a eliminatória, por isso agora resta-nos tentar recuperar o mais depressa possível. Treinámos bastante os penalties, mas naquela altura havia muita pressão. Assumi que ia marcar, mas falhei. Custa muito ser eliminado desta forma, ainda para mais depois de termos jogado em inferioridade numérica, mas isso já passou. Agora temos é que pensar em ganhar à Académica."

15 comentários:

dragao vila pouca disse...

O título do meu post é: "erros meus, má fortuna, tudo passei...caí, mas já me levantei! Força Porto!"
É com esse espírito que domingo lá estarei; doeu, doeu muito, mas, que a equipa e nós adeptos canalizemos a raiva e a frustração para o que resta da época.
Um abraço

Rick disse...

olá
Execelente trabalho o teu na promoção da imagem do nosso FC Porto.
Eu tambem tou a tentar contribuir com mais um blog para fazer do nosso Porto cada vez maior, nese sentido vinha te pedir se me podias linkar eu ja te linkei.
Abraço

www.fcporto-blog.blogspot.com

O Soldado Azul disse...

Estou triste!
Lembro-me muitas vezes das oportunidades desperdiçadas... Acho que durante os próximos tempos continuar-me-ei a lembrar...
Mas, "bola pr'á frente"! Domingo, se Deus quiser, lá estarei a apoiar a equipa! É importante o apoio no próximo jogo!
Ontem mais uma vez ficou demonstrada a enorme paixão dos adeptos! Somos de facto muito grandes e inigualáveis no esforço...
Saudações
P.S. Uma palavra especial ao Penta pelo "esforço" da deslocação ao Dragão lesionado de uma perna (ainda para mais com a subida desnecessária da alameda... :-)

Azzulli disse...

Jogamos razoavelmente. Esforçamo-nos.
Não podemos desperdiçar as claras oportunidades que tivemos.
Tivemos o castigo disso mesmo.
Mas estivemos tão perto de sermos HERÓIS… com 10 jogadores quase conseguíamos a passagem aos quartos.
O Schalke ficou sempre lá atrás. Não mereceu nada, mesmo nada, passar a eliminatória.
Grande desilusão no final… Malditos penalties…

O Situacionista disse...

Eterno, andas por aí ?

Olha lá, há pouco tempo disseste aqui que o prof. jogava a sua continuidade na passagem desta eliminatória.

Achas que ele fez o último jogo europeu pelo nosso clube ?

Mr.Duke disse...

Temos um equipa quase inteira a Porto.
De todos quantos jogaram, todos eram capazes de dar tudo, de fazer tudo, de ocupar uma qualquer posição e fazê-lo com amor, garra, raça e brio, tendo com objectivo principal, como meta comum, a vitória da equipa, todos menos um, sim, todos menos, um.
Qualquer jogador jogaria em qualque posição com amor, garra e raça, neste frase já exprimo que é o menos um, quem o elo mais fraco de um colectivo que para ser grande pensa colectivamente primeiro.
Se esse sujeito tivesse durante o ano sido habituado a tal, se não pedisse palmas, senão quisesse o ônus da resolução, os crédito, os méritos, talvez estivessemos mais bem dispostos.
Um craque, um mestre, um mago, tivemos três ontem, sendo que um e já não é de agora o que digo está um pouquinho acima dos outros, refiro-me ao nosso trinco, o Lucho correu, correu, correu, lutou, lutou, o Lisandro a mesma coisa, o Mariano entrou e deu tudo na esquerda, na direita, na defesa, não interessa, em primeiro a equipa.
10 jogadores, oitavos de final, prolongamento, jogador ao lado com baliza aberta, e o mago Harry quis ser a estrela quis mostrar que é decisivo, que nos grandes momentos está lá, e esteve e foi mas pela negativa, pensou nele primeiro e no colectivo depois, foi egoista, e desculpem-me mas os guerreiros abnegados que tivemos em campo, a lutar, a suar, com caimbras, a sofrer não mereciam, não o fariam,
Ai perdemos o jogo, ai fomos eliminados...
Tenho um orgulho enobrecido em ser portista, em fazer parte da familia que vibrou naquele mágnifico estádio, vi uma equipa quase inteira a porto, com jogadores, a porto, estou triste, desolado, mas de cabeça bem alta, FORÇA PORTO ALLEZ, FORÇA PORTO ALLEZ

Ricardo disse...

Um jogo de uma injustiça sem par. Poucas vezes fiquei com esse sentimento como ontem - aliás, a esse respeito, por tê-lo dito num blogue benfiquista, fui logo chamado de anti-Benfica e impropérios mil. Uma equipa com um futebol cheio de garra, de ambição, de vontade de ganhar, de jogadores fantásticos (Assunção, Lucho e Lisandro acima de todos os outros), de entrosamentos interiorizados, rotinas de jogo estudadas e outra que é compacta, sim, que defende bem, sim, mas que foi cobarde. Jogou mais de 50 minutos com mais um jogador e nunca apostou verdadeiramente em ganhar o jogo. Cabrões dos alemães, irritaram-me. O Neuer (que eu aqui critiquei) fez um jogo fabuloso. O homem defendeu tudo o que havia para defender. De resto, muito esforço, muito anti-jogo. Uma merda. O Porto não teve a sorte do jogo, claramente, mas também deve culpar-se a si próprio das ocasiões falhadas. De entre outras, as oportunidades de Tarik e do Quaresma são absurdas. Quando não se marcam estas, nos oitavos da CL, normalmente vai-se fora. Foi o que aconteceu. É pena, mas deixo o meu abraço de solidariedade a todos os portistas pelo excelente jogo de futebol que a vossa equipa jogou e, principalmente, pelo espírito de sacrifício, de colectivo, de equipa, de ambição pela vitória que demonstrou. As grandes equipas constroem-se nestas derrotas. O Porto ontem foi uma grande equipa. Melhor do que o Schalke. A milhas do Schalke. Ao ver o Porto jogar, fiquei a pensar na diferença de futebol entre o vosso e o meu clube e senti saudades do Benfica. Do Benfica-Benfica, não desta equipa que passeia mediocridade pelos relvados. Enfim... um Porto capaz, grande em alma, displicente na finalização e azarado nas alturas cruciais. Fica o bom registo do futebol e do espírito que apresentaram.

Eterno Dragao disse...

Situacionista: ando por aqui (cheguei agora).


Eu também bati palmas. Mas só bati palmas ao esforço, à "raça"; não aplaudi (longe disso) a estratégia do(s) líder(es).

É um tema para reflexão e vou fazer um post sobre o assunto, mas não quero deixar de responder à tua pergunta: se queremos ser um grande clube europeu, temos de ter um grande treinador mundial; se quisermos continuar a ser "apenas" o melhor clube nacional, podemos continuar com Jesualdo Ferreira.

Já agora: o que digo para Jesualdo Ferreira adapta-se na perfeição a Ricardo Quaresma.

Mr.Duke disse...

Farías:
«Eliminatória devia ter sido decidida antes dos penálties».
Paulo Assunção:
«Nunca desistimos, demos o máximo».

A Quaresma é lhe permitido tudo é bom que ganhe maturidade porque, o Porto nunca precisou de génios para ganhar titulos, teve sempre foi uma equipa de trabalhadores que lutam até ao fim pela vitória (Lucho, Lisandro Bruno Alves, PAulo Assunção.) e destes que o Porto precisa.

Não me falem do treinador, a equipa esteve e tem estado bem, a nivel tactico, fisico, mental, ao nivel da coesão, bom grupo, trabalho tecnico ( ainda ontem o 2 falhanço da Tarik é um bom exemplo disso mesmo ).

O mister Jesualdo não consegue resistir ao desrespeito do Mustang pelo grupo, o PA e o LG correram mais de 11 Km, num jogo em que o adversário faz anti-jogo é necessário soltar rápido não sofrer 11 faltas.
Nas escolinhas aprende-se que quando se está isolado se o jogador sai a ti das ao lado senão fintas.
Este senhor diz no fim do jogo que o guarda redes não sabe como defendeu, que abuso, é demais.
Não sabe porque o Farias correu lutou, ganhou a bola, desmarcou-se, abriu uma linha de passe, observou o árbitro auxiliar, viu que estava em jogo, tinha a baliza aberta sem guarda-redes mas voi la a bola não chegou lá.
Nos últimos minutos, em boa posição para centrar tenta um cruzamento de letra, gera um contra-ataque adversário, que é que este individuo se julga, nem o Maradona encarava as partida assim.
Todos os grande jogaddores defendem, e se esforçam, ser decisivo é um conceito muito abrangente, o homem das palmas jamais conseguirá colocar o colectivo e o bem comum acima do seu.
É de um desrespeito de uma falta de dignidade brutal.
O PA, o LC, LP, a correr com caimbras a dar tudo para bem da equipa, para bem do porto, a lutar, a suar, a morrer em campo se preciso e a nefasta, suposta, desacreditada estrela desofuscada a correr sem pensar, sem nunca olhar as necessidades da equipa, este jogador não serve para o Porto, não é um jogador a Porto e nunca será.
A culpa do seu estatuto, tem que ser dividida pelo treinador, direcção e pelos adeptos.

6/3/08 16:50

O Situacionista disse...

Assunção - NGP, insisto num pedido que já aqui fiz - renove com este GIGANTE ! Mais uma exibição A-S-S-O-M-B-R-O-S-A !

P Emanuel, B Alves, Luxo, e Lisandro - juntamente com Assunção representam exemplarmente a alma do Dragão ! (Possivelmente o Zé também estaria neste grupo, não fosse a lesão)

Eterno,
Vou aguardar então pelo teu post, que espero breve, para me pronunciar. Mas sinto um enorme amargo de boca por, com esta equipa e contra aquela equipa, termos ficarmos nesta fase ... é certo que parecia que estava destinado (embora jogos completamenmte diferentes, lembrei-me até do Wreksham (ou lá como se escreve), que não tinha volta a dar).

Quaresma:

Mais do que considerá-lo um jogador "amor/ódio" eu espero bem é um dia destes não ter vontade de vir aqui dizer que o Quaresma devia era ir para o quintal do Miguel Sousa Tavares jogarem ao "um contra um".
(o que seria se o Helton tivesse cometido algum erro ... nem quero imaginar ... mas possivelmente o MST e o Rui Moreira não mais o largariam...).

Ricardo,

Os vermelhos que o insultam têm razão. É que o Ricardo não é um vermelho normal. 99% dos da sua cor ontem tiveram a maior alegria desportiva da época. O Ricardo, não.

Sabe, apetece-me dizer duas coisas:

Uma, parabéns pela forma como vê futebol.

Duas, "felizmente" o Ricardo é excepção. É que é sempre gratificante ver que a maior alegria dos outros tem a ver com o clube que não é deles...

Leceiro disse...

Desiludido com a nossa falta de sorte mas muito orgulhoso com a nossa atitude, mostramos mais uma vez a nossa fibra de dragões, e agora...só a dobradinha interessa.

SER PORTISTA É UM ESPECTÁCULO!

AMO-TE PORTO!

Fanático disse...

1) Terrível frustração e desilusão. Merecíamos passar pela garra e pelo coração, não pelas oportunidades falhadas (nomeadamente a do RQ que até tenho dificuldade em classificar)...

2) Do ponto de vista de futebol jogado, não estivemos no nosso melhor, apenas superado pelo suor transpirado, pelos quilómetros corridos, pelo querer demonstrado.

3) Os jogadores em destaque: o eixo da equipa (centrais, PA, Lucho e Lisandro) e ZB enquanto não esticou o pernil.

4) As contigências do jogo, além dos penaltis: a fabulosa exibição do guarda redes alemão (a defesa com o pé ao cabeceamento do Tarik é de outro mundo),os lesionados durante o jogo e a expulsão, injusta, do Fucile, o jogo totalmente out do RQ e as prestações menores do RM, do TS e do Faria.

5) RQ: para não dizer mais e pior, revelou falta de estofo competitivo. Assim nunca será o jogador que podia ser. A única vantagem para o FCP: é que assim não se torna apetecível para os cofres estrangeiros. Fiquei desolado e revoltado com a sua prestação e declarações pós-jogo.

6) Ricardo: obrigado pela solidariedade.

Enfim, ainda não consigo dizer melhor...

P.S: fico à espera do post sobre o JF porque hoje poderia ser duro e eventualmente injusto.

Penta disse...

18,10 horas. Um toque no meu telemóvel. É o Situacionista. Já está à minha espera. Pego nas canadianas e lá vou eu.
Está iniciada a operação: “LEVAR O TIPO DA PERNA PARTIDA AO ESTÁDIO!!!”
Cumprimentamo-nos. Ambos confiantes. Hoje vai ser uma boa noite.

Chegada ao Dragão cerca das 19 horas. Junto à entrada do Dolce Vita. Sim, porque o tipo da perna partida (EU) não se pode cansar. Tem que guardar as suas forças para as escadas e para apoiar a equipa.
Já lá estava o Soldado Azul. Ri-se. Saio e o Situacionista segue o seu caminho para estacionar o mais perto possível. E lá fico eu com o Soldado Azul. Perspectivando um bom jogo e a passagem aos quartos de final.
Chegam duas pessoas da Sony e tiram-nos uma fotografia. “Para quê?”, perguntamos nós. “Para ilustrar a festa dos adeptos. Amanhã (hoje) estarão publicadas no site”, dizem eles. Já fui ver. Confirma-se.
Chega o Situacionista. E vamos os três para o Estádio.

Na fila da entrada as pessoas olham para mim e dão-me passagem. Aproveito.
Após passar a habitual revista e os torniquetes de entrada, chega a 1ª dificuldade. A escadaria até o nosso sector. Porra, parece o Everest!!!
Mas, com calma e algumas paragens pelo meio, lá consigo chegar ao topo. Sempre escudado pelo Situacionista e pelo Soldado. Não fosse o diabo tecê-las e eu resvalar por ali abaixo. Não foi o caso. Correu tudo muito bem e nem foi preciso levarem-me ao colo. Subir à força de braços, isto, sim, é de Homem!!!

Chego ao lugar. E, após expulsar um intruso que abusivamente estava sentado no meu lugar, finalmente “aterro”. Ufa. Que canseira. Mas lá estava eu para apoiar o FCP. E sinto que sobre mim recaem olhos e sorrisos de aprovação e de solidariedade. É isto o ser portista.

Chegam, entretanto, o Fanático e o Azzulli. Passam por mim cautelosamente e sorriem. “Então, pá? Como é que está essa perna?”, perguntam. Que vai bem, respondo eu.
Deixo um aviso: “Cuidado para não me caírem em cima quando festejarem os golos do Porto!!!”. Riem-se. Mas eu sei que não se vão esquecer.

Chegam também outros amigos. Os do grupo do panado. Que também estiveram disponíveis para a minha ida ao Dragão. Cumprimentos e o mesmo aviso.

Ouve-se a música da Liga dos Campeões. Que saudades.
Entra a equipa. E o Estádio explode de alegria e emoção. Estavam reunidos todos os condimentos para mais uma fabulosa noite europeia.

Bom… o resto, o resto vocês infelizmente já sabem.

Foi sangue, suor e… lágrimas.
Já não estamos no tempo das vitórias morais, mas para a noite de ontem abro uma excepção. E por isso faço minhas as palavras do Situacionista: “FOMOS DIGNOS ! FOMOS HONRADOS ! TIVEMOS ATITUDE À DRAGÃO !”.

Senti um enorme orgulho. Mas também uma imensa tristeza. Foi um jogo que, sem dúvida, irá ficar na nossa memória como um jogo maldito. Pela alma. Pela raça. Pelo querer. Pelo espírito de sacrifício. Pela… injustiça final.
Marcar a jogar com dez. A 4 minutos do fim. Um prolongamento de uma fibra impressionante. Um adepto que vai ao Estádio com a perna partida ainda em recuperação. Tudo isto merecia o habitual “e todos viveram felizes para sempre”. Infelizmente a vida não é um conto de fadas e por isso nem sempre existem finais felizes.

Abdico de fazer destaques positivos e negativos. Já foi tudo dito sobre essa matéria.

Queria apenas dizer-vos o seguinte: Após o Lisandro marcar o golo, eu quando dei conta estava de PÉ a festejar. Como é que me levantei? Nem eu sei. Só sei que me sentia feliz por estar ali. E que se estivesse em casa estaria a amaldiçoar a minha decisão.

Uma palavra final para o Ricardo:
Se existissem mais adeptos de futebol como você viveríamos todos na paz dos anjos. E certamente que o seu Benfica seria muito mais forte. Isto porque saberia encarar com frontalidade os seus erros e as suas fraquezas. E saberia corrigi-las atempadamente. Em vez de continuar a atirar areia para os olhos dos adeptos. Dizendo que tudo vai bem. Que a equipa é uma das melhores do século (presente e passado). E que o problema era o Fernando Santos e os malditos dos árbitros que “teimam” em fazer do Porto campeão. Nessa perspectiva e apenas nessa, felizmente (para nós) que nem todos têm a sua clarividência.

Um abraço a todos e um forte POOOOORTOOOOO!!!

Paulo Pereira disse...

Concordo plenamente contigo: fomos dignos!

Uma atitude heróica, tentando ultrapassar lesões, expulsões e um guarda-redes sobrenatural. E esteve quase...

E é esse quase que me deixa um travo amargo na boca, mesmo passadas 48 horas do jogo. Uma eliminatória em k a superioridade azul e branca foi inquestionável, sonegada por uma equipa coesa, sem imaginação, alicerçada numa defesa porfiada. Só. Os Deuses da Fortuna estiveram sempre contra nós...

E foi pena. Oportunidade de ouro de atingir os quartos, com uma equipa recheada de qualidade. Ficará para o ano, dirão alguns. Será?, responderei eu. A cobiça generalizada na Europa por atletas de dragão ao peito dificilmente permitirá a manutenção das pedras basilares da equipa...

Racionalmente, uma equipa k falha, de forma tão clamorosa, como o Porto o fez no Dragão, não poderia almejar a mais. Essa pecha, k nos custou a vitória em Alvada. Ou na Madeira, frente ao Nacional. Apeteceu-me chorar, confesso, no final do jogo. Mas a vida continua. Impante de orgulho, pela resposta da equipa. E ainda com 2 troféus por ganhar...

nota: Se demos uma alegria imensa aos vermelhos, o Getafe retribuiu a gracinha:). Sem Paratys k fechem os olhos a agressões do Cardozo, a equipa das aves sentiu na pele uma arbitragem justa. E, quando assim é, dificilmente eles vencem...

Penta disse...

Ainda sobre o jogo, deixo-vos aqui a crónica de Luís Sobral (Maisfutebol):

"A irresistível vontade de elogiar quem perde

Acaba o jogo e só apetece elogiar o F.C. Porto.

Mas o campeão português foi afastado da Liga dos Campeões, alguma coisa errada terá feito. E fez. Não apenas uma, várias.

A principal aconteceu na Alemanha, aquele golo cedo e a incapacidade para marcar uma vez que fosse fora de casa. Nessa noite, o campeão português criou apenas uma boa oportunidade e desperdiçou-a.

Dizem os números que ganhar em casa 1-0 é um resultado fantástico.

O F.C. Porto voltou a ser vítima dessa verdade, durante largos minutos obrigado a um desafio duro entre a necessidade de desequilibrar o adversário e fazer um golo e a obrigação de não se destapar ao ponto de permitir que o Schalke resolvesse tudo num instante fatal.

Durante este longo desafio, o F.C. Porto demostrou competência em quase tudo menos no essencial: marcar golos. Criou poucas mas boas oportunidades e perdeu-as de uma forma invulgar.

Depois Fucile viu o vermelho, ainda com 0-0 e alguns minutos para tentar. A expulsão foi o convite aos heróis. O tempo contra, um adversário forte, um guarda-redes a viver a noite da sua vida e menos um jogador. De repente estava criado o ambiente para um grande feito.

O F.C. Porto aceitou o desafio e foi empolgante. Quando finalmente surgiu, o golo de Lisandro (mais duas horas de entrega sem igual) assemelhou-se a um sinal de que os deuses ainda podiam aparecer. A jogada é notável, inesquecível. Os dois argentinos bem a mereceram.

O campeão português tentava uma síntese quase sublime entre os batimentos fortes do coração e a frieza da mente. Poucas vezes as duas coisas andam juntas. Os que restavam em campo foram a um tempo bravos e inteligentes.

No prolongamento juntaram a isto uma melhor disposição no terreno e por isso mantiveram o jogo nas mãos e criaram mais duas oportunidades que obviamente Neuer defendeu.

E quando a coisa escorreu para as grandes penalidades era difícil acreditar que o guarda-redes alemão não levaria até ao fim a sua noite perfeita. Levou.

Voltando ao pricípio. Se terminado o jogo deu por si a elogiar a equipa que perdeu ganhando, não se preocupe. É sinal de que sabe distinguir a coragem.

É evidente que o F.C. Porto fez o suficiente para seguir em frente, mas também é claro que uma equipa com verdadeira dimensão europeia teria descoberto forma de conseguir pelo menos mais um golo perante este Schalke, em 210 minutos. No entanto, é justo reconhecer que os alemães se comportaram com um rigor muito próprio e geriram ao limite as suas qualidades e deficiências. E tiveram Neuer.

Tudo somado, o F.C. Porto merece o «sobe» pela forma como encarou as dificuldades, as suas e as que o adversário lhe criou, e nos ofereceu uma noite empolgante, até à última gota de suor. É provável que o leitor discorde da opção, mas se o futebol está longe de ser perfeito, imagine as dificuldades de um cronista.

P.S.: As equipas não crescem a partir de derrotas, embora existam excepções. O F.C. Porto perdeu em Alvalade mas todos perceberam que não teria dificuldades em materializar a sua superioridade, no que restava de campeonato. Agora caiu na Liga dos Campeões e isso deixará sempre marcas. Afinal foi um sonho que se perdeu. Mas creio que o essencial do que conhecemos do trabalho de Jesualdo Ferreira se mantém intacto. Este F.C. Porto é bom. Até quando perde."

Um abraço.