Domingo passado, 4 horas da tarde.
Cometo uma estupidez.
Uma tremenda estupidez.
Em pleno centro da cidade onde vivo, a circular de carro, fico sem gasolina.
Inacreditável. Tudo porque, por comodismo e porque a máquina ainda mo “permitia” (depois foi o que se viu !), estiquei demasiado a corda.
De repente dou por mim parado no meio da rua.
Nem queria acreditar.
(Claro que descarreguei logo, muito injustamente, em quem me acompanhava).
E agora ??!!, pensei.
Lá me convenci que tinha que começar a “dar à perna”.
A minha primeira preocupação foi tentar encostar o carro à berma da estrada, mas tinha dois problemas: a direcção que, sem motor, fica pior do que nos tempos em que não havia direcção assistida e o facto de eu circular numa rua inclinada em sentido ascendente (e não podia recuar porque não dava para estacionar).
Ainda estava a dizer mal da minha vida, quando acontece uma …. coisa única !
Olho para o lado e deparo-me com um táxi que havia parado paralelamente ao meu carro e cujo condutor me fazia sinal para eu (que, entretanto, já estava fora do carro) abrir a porta do lado do “morto” do carro dele para podermos falar.
Era um senhor na casa dos sessentas.
Abri a porta do carro dele, e saltou logo a primeira pergunta:
- Ó amigo, então ? Bateria ?
- Não, gasolina !
- Ó diabo, se fosse bateria eu tinha os cabos, assim, vai ser mais complicado, mas espere lá.
Nisto, segue mais uns metros, estaciona o carro dele à frente do meu, sai do carro e vem ter comigo.
- Tem um garrafão ?, pergunta mal se aproxima de mim.
- Sim, tenho, porque já pedi para me irem buscar um.
- Então vamos começar por estacionar o seu carro e depois vamos à bomba de gasolina.
Aqui, eu, perante tamanha e tão inusitada bondade e generosidade, não resisti:
- Olhe lá, deixe-me agradecer o que está a fazer.
- Não precisa !, responde-me de forma pronta e prossegue sem hesitar:
- Eu também só estou a fazer isto por um motivo muito simples.
- Como assim ?, pergunto sem entender o que ele me queria dizer.
- É simples, eu só parei para o ajudar porque vi o que o tem por cima do tabuleiro da mala do carro.
Fiquei perplexo com a resposta. E sem tirar os olhos do homem fiquei a pensar no que é que eu tinha em tal lugar. E só me lembrava de uma coisa. Olhei para lá e confirmei. Voltei a olhar para o senhor e ele sorria ...
Sabem o que é que eu tenho por cima do tabuleiro da mala do carro ?
O cachecol do FUTEBOL CLUBE DO PORTO !
Ainda estava eu a reagir com um enorme sorriso, muita surpresa e uma alegria imensa, quando ele me diz:
- Sabe, um portista nunca deixa outro portista apeado !!!!
Fiquei pela minha vida. Ele há coisas do arco da velha !
Claro que me levou à bomba de gasolina, me trouxe de volta ao carro, me ajudou a empurrar o carro, tudo depois de uma conversa de tema único em que me contou as alegrias que as vitórias do Futebol Clube do Porto lhe dão e as alegrias que as derrotas dos vermelhos (os vermelhos, pelo facto de ter bem presente que tudo era pré-determinado nos tempos do regime), também lhe proporcionam.
Antes de nos despedirmos mostrei-lhe o meu cartão de sócio. Os olhos dele até brilharam.
Despediu-se de mim dizendo - "Nós ainda nos vamos voltar a encontrar" (em alusão aos jogos no Dragão…ou quem sabe, noutro lado qualquer).
Não podia deixar de partilhar convosco este episódio da minha vida.
Cometo uma estupidez.
Uma tremenda estupidez.
Em pleno centro da cidade onde vivo, a circular de carro, fico sem gasolina.
Inacreditável. Tudo porque, por comodismo e porque a máquina ainda mo “permitia” (depois foi o que se viu !), estiquei demasiado a corda.
De repente dou por mim parado no meio da rua.
Nem queria acreditar.
(Claro que descarreguei logo, muito injustamente, em quem me acompanhava).
E agora ??!!, pensei.
Lá me convenci que tinha que começar a “dar à perna”.
A minha primeira preocupação foi tentar encostar o carro à berma da estrada, mas tinha dois problemas: a direcção que, sem motor, fica pior do que nos tempos em que não havia direcção assistida e o facto de eu circular numa rua inclinada em sentido ascendente (e não podia recuar porque não dava para estacionar).
Ainda estava a dizer mal da minha vida, quando acontece uma …. coisa única !
Olho para o lado e deparo-me com um táxi que havia parado paralelamente ao meu carro e cujo condutor me fazia sinal para eu (que, entretanto, já estava fora do carro) abrir a porta do lado do “morto” do carro dele para podermos falar.
Era um senhor na casa dos sessentas.
Abri a porta do carro dele, e saltou logo a primeira pergunta:
- Ó amigo, então ? Bateria ?
- Não, gasolina !
- Ó diabo, se fosse bateria eu tinha os cabos, assim, vai ser mais complicado, mas espere lá.
Nisto, segue mais uns metros, estaciona o carro dele à frente do meu, sai do carro e vem ter comigo.
- Tem um garrafão ?, pergunta mal se aproxima de mim.
- Sim, tenho, porque já pedi para me irem buscar um.
- Então vamos começar por estacionar o seu carro e depois vamos à bomba de gasolina.
Aqui, eu, perante tamanha e tão inusitada bondade e generosidade, não resisti:
- Olhe lá, deixe-me agradecer o que está a fazer.
- Não precisa !, responde-me de forma pronta e prossegue sem hesitar:
- Eu também só estou a fazer isto por um motivo muito simples.
- Como assim ?, pergunto sem entender o que ele me queria dizer.
- É simples, eu só parei para o ajudar porque vi o que o tem por cima do tabuleiro da mala do carro.
Fiquei perplexo com a resposta. E sem tirar os olhos do homem fiquei a pensar no que é que eu tinha em tal lugar. E só me lembrava de uma coisa. Olhei para lá e confirmei. Voltei a olhar para o senhor e ele sorria ...
Sabem o que é que eu tenho por cima do tabuleiro da mala do carro ?
O cachecol do FUTEBOL CLUBE DO PORTO !
Ainda estava eu a reagir com um enorme sorriso, muita surpresa e uma alegria imensa, quando ele me diz:
- Sabe, um portista nunca deixa outro portista apeado !!!!
Fiquei pela minha vida. Ele há coisas do arco da velha !
Claro que me levou à bomba de gasolina, me trouxe de volta ao carro, me ajudou a empurrar o carro, tudo depois de uma conversa de tema único em que me contou as alegrias que as vitórias do Futebol Clube do Porto lhe dão e as alegrias que as derrotas dos vermelhos (os vermelhos, pelo facto de ter bem presente que tudo era pré-determinado nos tempos do regime), também lhe proporcionam.
Antes de nos despedirmos mostrei-lhe o meu cartão de sócio. Os olhos dele até brilharam.
Despediu-se de mim dizendo - "Nós ainda nos vamos voltar a encontrar" (em alusão aos jogos no Dragão…ou quem sabe, noutro lado qualquer).
Não podia deixar de partilhar convosco este episódio da minha vida.
4 comentários:
Essa é uma característica dos portistas e dos nortenhos.
Em que cidade foi?
Magnífico!
Os portistas constituem uma enorme Família! Como agradecimento, sugiro que o convides para um repasto com a malta do blogue!
Saudações
Vila Pouca,
Não me leve a mal que lhe responda genericamente que a cidade faz parte do Grande Porto.
Soldado,
:-))
Inacreditavelmente, não perguntei o nome ao nosso consócio. Mas a cara jamais esquecerei ! Muito menos o GESTO !
P.s. - Já agora relembro-te que a malta do blog está a espera do repasto que tu ficaste de organizar !
Já respondi à tua dúvida sobre o Mariano, no meu blog, mas, deixo-te aqui também, o que penso.
Ficaria sim! E digo mais:o F.C.Porto anda a investir há vários meses na recuperação física e psicológica do jogador( já se notam claros progressos... ainda ontem vi isso no Olival)e depois não vai ficar com ele?
Um abraço
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